Sejam Bem vindos ao blog do Pr. Josaphat Batista!

Igreja Assembléia de Deus – AV. Radial“A” Nº 413 – Centro - Camaçari -BA / Pastor Presidente Valdomiro Pereira da Silva - Colaboração Portal www.ebdcamacari.com Comentários: Pr. Josaphat Batista Diretor Geral da EBD e Vice - Diretor: Dc. Samuel Queiroz da Silva

A Despedida de Um Líder/ Pr. Josaphat Batista / Visite o blog do autor: prjosaphat.blogspot.com Publicado em 27 de Março de 2009 as 10:33:48 AM / Complementos : Pr. Josaphat Batista. Criação e Produção: Markos Lima

Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas Mestre
produzidos pelo Setor de Educação Cristã do Portal *
Subsídios extras para a Lição As Conquistas e as promessas do povo de Deus 1º Trimestre/2009




Lição 13 - A Despedida de Um Líder - Comentarista: Pr. Josaphat Batista



INTRODUÇÃO


Chegamos ao fim de mais um trimestre pelo qual o Senhor nos tem abençoado com ricas lições, que sem dúvidas vieram, da parte de Deus para nos enriquecer. É de suma importância lembrarmos que a conquista de Canaã (Palestina) começou cerca de 1.405 A.C., e a liderança de Josué sobre Israel durou cerca de vinte e cinco anos.Nesta última lição está relatado a atitude de um grande líder, que, sabendo da sua idade já avançada, não deixa de cumprir a sua missão que é a de aproximar o povo de Deus. Ele reúne o povo de todas as tribos em Siquém, fala dos feitos misericordiosos de Deus para com eles, de todos os livramentos que tinha obrado em favor de seus pais, e faz com que firmem uma aliança solene, a qual é escrita no livro da Lei. Josué sabia que a sua principal missão não se resumia a introduzir o povo em Canaã, mas exortá-los, incentivá-los a permanecer em temor e fidelidade a Deus. Foi o que fez até a sua morte. De tal maneira que Israel serviu ao Senhor todos os dias em que ele viveu e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram muito tempo depois de sua morte (Js 24.31). Josué morre com a idade de 110 anos e logo depois morre Eleazar, o sacerdote.


I – JOSUÉ NOS DEIXA UM GRANDE EXEMPLO QUANDO TRAZ À MEMÓRIA DO POVO TUDO O QUE DEUS TINHA FEITO POR ELE.


Josué, nos últimos dias da sua vida, conclamou todo o povo para uma última reunião com Israel a fim de levá-lo a uma renovação do concerto, em que se comprometeram a servir ao Senhor com fidelidade e dedicação. Josué não destacou a sua atuação como líder; pelo contrário, concentrou sua atenção na bondade de Deus e seu cuidado para com Israel no passado (vv.2-13), e repetidas vezes os admoestou a permanecerem leais ao Senhor (vv.14-28). Os autênticos dirigentes do povo de Deus precisam ter o mesmo zelo que Josué teve pelo nome de Deus. Devem exortar os fiéis a amarem ao Senhor, a servirem somente a Ele e se separarem das práticas e do viver do mundo.
O livro de Josué contendo 24 capítulos e 656 versículos encerra com esse importante discurso do General Josué que agora avançado em idade reconhece que suas forças físicas não resistem mais as guerras. Que exemplo para os dias de hoje em que muitos que vivem também a situação de Josué e não tem sensibilidade de reconhecer que é hora de ceder a posição para outro em que esteja apto, espiritualmente e fisicamente falando para sair a guerra, mas ao contrário disso vivem se atropelando e atropelando a obra que deve permanecer a sua marcha rumo aos céus, e não pode ficar atrelada as minhas impossibilidades físicas simplesmente por causa da minha posição.Josué cumpria fielmente a tarefa de que fora incumbido, mas não viveria o suficiente para ver Israel ocupar toda a terra que o SENHOR lhe havia prometido (efetivamente isso nunca chegou a acontecer até agora, e só se cumprirá no reino milenar de Cristo), pois ele estava agora se aproximando dos cem anos de idade.Daí pra frente o General Josué ocuparia a posição de Ancião que não é nada baixo como muitos se enganam e pensam; Jó 12:12 "Os velhos são sábios, pois a idade traz a compreensão”. Prov. 16:31 “Uma vida longa é a recompensa das pessoas honestas; os seus cabelos brancos são uma coroa de glória Prov. 20:29 A beleza dos jovens está na sua força, e o enfeite dos velhos são os seus cabelos brancos”. No Livro dos Salmos encontramos uma das mais deliciosas promessas de Deus para os que envelhecem: SALMOS 92.14: ‘Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes.’


II – O DUPLO COMPROMISSO


A renovação do concerto entre o Senhor e Israel importou num duplo compromisso. (1) Deus prometeu cuidar de seu povo, e (2) os israelitas comprometeram-se a servir unicamente o Senhor Deus. Foi um pacto permanente e mútuo entre Israel e Deus. Segundo o novo concerto mediante a morte de Cristo, o crente também se compromete a seguir a Cristo através do arrependimento, fé e obediência. Ele, por sua vez, comprometeu-se a ser nosso Senhor e Salvador e a nos conduzir ao lar celestial, à presença do Pai. Assim como aconteceu a Israel no AT, primeiramente Deus veio até nós com misericórdia e graça e estabeleceu as condições do novo concerto. Nós como Israel dos tempos antigos, devemos viver segundo os princípios do concerto.
Se os israelitas escolhessem servir somente a Deus, teriam de fazer uma reforma interna, porque eram infelizes recipientes da tradição dos seus antepassados, servindo aos deuses do Egito e aos dos povos dalém do Jordan (v. 14). Assim, Josué conclamou-os a jogarem fora tais deuses e a tão somente adorarem ao Senhor. Além disso, os israelitas estavam vivendo entre pessoas que possuíam seus próprios deuses. Josué desafiou-os a também os esquecerem (v. 23).Nós vemos a primeira reação ao desafio de Josué nos versos 16 a 18. Eles confirmaram a lealdade que Deus tinha a eles, e empenharam a lealdade deles ao Senhor. A reação de Josué para o compromisso assumido por eles (v. 19-20) serviu para mostrar a seriedade da promessa que estavam fazendo. Eles empenhavam suas vidas a um Deus santo e ciumento; por isso, realmente teriam que prosseguir com o compromisso assumido! No verso 21, eles reafirmaram o compromisso e proclamaram: "Nós serviremos ao Senhor". (NIV).Então, Josué expôs a idéia do testemunho (v. 22). Os israelitas seriam suas próprias testemunhas, endossando a idéia de terem feito uma escolha consciente de servir ao Senhor. Esse adicional solenizou a promessa feita a Deus. Se eles, algum dia, quebrassem-na, o testemunho deles seria contra eles próprios.
O chamado final de Josué, nessa cerimônia de renovação de aliança, foi a ordem acima mencionada, para o povo jogar fora os deuses dos povos de Canaã, juntamente com o mandamento para que os israelitas se rendessem de coração ao Senhor, o Deus de Israel. A aliança inteira estava baseada nesta verdade: Deus é o único Deus de Israel. Embora o povo de Deus fosse cercado por uma abundância de deuses estrangeiros, deveria se render somente a Deus, ao único Deus verdadeiro; ao Deus de Israel. Finalmente, durante um terceiro tempo da cerimônia, os israelitas confirmaram sua intenção de fazerem somente isso (v. 24). Note a descrição dos israelitas referindo-se ao Senhor como o seu Deus. Eles entenderam que isso os tornava um povo sem igual entre todas as nações da Terra. Sabiam que eram o povo escolhido por Deus.O certo é, que os israelitas tinham que continuar a conquista depois da morte de Josué, também nós devemos, pela fé, vencer nossas batalhas (1 João 5:4) contra a carne, o mundo e as forças espirituais do mal. Nosso Salvador venceu para nós a maior batalha, ganhando-nos a vida eterna mediante a sua morte por nós (1 Coríntios 15:54-57), mas devemos agora lutar para obter o nosso galardão (1 Coríntios 9:24,25).
Os versículos 43-45 do capítulo 21 ressaltam a fidelidade de Deus em cumprir sua promessa feita aos patriarcas (Gn.24:7) pois a terra prometida estava agora entregue aos descendentes de Abraão. (1) Note que o livro de Josué fala da conquista de Canaã como estando completa (10:40-42), e ao mesmo tempo incompleta (13:2-6). Deus foi fiel ao cumprir sua promessa com os israelitas, contudo eles tinham que cumprir a sua parte obedecendo com fidelidade ao concerto, caso contrário, não possuiria completamente a terra (1:6-9). (2) Semelhantemente, no novo concerto, Deus cumprirá fielmente todas as suas promessas dirigidas aos salvos; todavia, eles têm de cumprir a sua parte, vivendo em plena obediência para o pleno cumprimento das promessas de Deus, e também do seu reino (Lc.12:31). Se nos faltar alguma coisa no cumprimento das promessas de Deus, a falha é nossa, e não do Senhor. O desejo de Deus é dar ao seu povo o reino (Lc.12:32). A promessa do povo, de servir somente o Senhor, foi cumprida, mas somente enquanto Josué viveu, juntamente com os anciãos daqueles dias. Pouco tempo depois da morte de Josué, o povo deixou o Senhor e começou a servir a outros deuses (Jz.2:11-19).


III – A REAFIRMAÇÃO DE SERVIR AO SENHOR


1- 24:15- Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.


Observe bem, que Josué usava um estilo profético de comunicação neste ponto; falava aos israelitas como se Deus estivesse conversando diretamente com eles, usando a primeira pessoa.No processo da salvação por Deus concedida, está o assunto da escolha individual. Depende de cada um decidir a quem servir continuamente. Como no caso de Josué e dos israelitas, permanecer em Deus não é um ato isolado no tempo e ocorrido uma única vez (1:16-18); precisamos vez por outra reafirmar nossa decisão feita de permanecer na fé e em obediência. A reafirmação de decisões justas, feitas pelo crente, inclui temor ao Senhor, lealdade à verdade, a obediência sincera e renúncia ao pecado e todos os prazeres a ele associados (vv.14-16). Deixar de servir e amar ao Senhor resultará depois em julgamento e destruição (v.20).Josué não chamou as pessoas para elas mesmas escolherem, pois acreditava que havia duas opções da perspectiva de Deus. Ao faze-lo, ele tinha a oportunidade de afirmar sua própria lealdade a Deus e estimular uma resposta semelhante do povo.
O certo é que Josué não se acovardou diante de uma multidão idólatra; antes, chamou o povo à responsabilidade e os confrontou. E para isso, usou o próprio exemplo e o de sua família. Eles haviam feito a escolha de servir a Deus, independentemente do que as outras pessoas escolheriam. Aos homens foi dada, por Deus, a tarefa de ser também o líder espiritual do lar. Josué foi sábio ao relembrar tudo quanto Deus havia feito por Israel no passado. Uma das melhores maneiras de influenciar e incutir na mente dos filhos o poder de Deus é através de histórias reais, de história de vida. Israel havia tido experiências grandiosas com Deus. Uma coisa é certa que quando seus filhos ouvem as experiências esplêndida que nós como pai tivemos com Deus, ao longo de sua vida, certamente aprendem a lição de que Deus cuida, protege, alimenta, veste, disciplina, abençoa.Observe que estamos em crise de pais, e líderes como Josué, é o que todo filho precisa. Josué lutou e venceu; acreditou e conquistou. Conquistou a terra prometida. Quando morreu, deixou um exemplo. Para a família, para os filhos, há muitas promessas de Deus.

2- A família no plano de Deus no Novo Testamento está centrada em Cristo.


Não se pode ter uma família feliz se Cristo não for o centro do nosso lar. O Evangelho de Lucas registra algo maravilhoso quando Jesus fala para Zaqueu: "Hoje me convém pousar em tua casa" (Lc 19.5). Prontamente Zaqueu tomou a decisão mais correta da sua vida e levou para sua casa alguém que mudaria para sempre a sua história. Foi, sem dúvida alguma, o hóspede mais ilustre que ele recebeu. Na atualidade muitas coisas negativas têm encontrado espaço nas famílias que se dizem cristãs, seja através da mídia, das amizades impróprias (jugo desigual), de tantos outros agentes do mal que têm se apropriado do espaço que deveria ser dado ao Senhor. Em muitas famílias Jesus não é mais bem vindo, apesar de estar sempre batendo à porta, mesmo estando do lado de fora. A família que abrir as portas para Ele, como fez Zaqueu, poderá experimentar uma mudança imediata que será benéfica para todos os seus membros (Ap 3.20). O apóstolo Paulo, usado por Deus e em resposta ao carcereiro de Filipos, (At 16.31) deixou uma mensagem explícita não apenas para aquele homem, mas para toda a humanidade: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa". Esta é uma promessa que se estende a toda a casa daquele que crê, numa clara indicação de que Deus tem interesse em abençoar a família e não somente o indivíduo.do diretamente a Igreja do Senhor. Deus espera que façamos tudo o que Ele nos ensina para que nossa família seja parte da igreja. Se O obedecermos incondicionalmente poderemos dizer como Josué: "...eu e a minha casa serviremos ao Senhor" (Js 24.25). Caso contrário lamentaremos a ausência de Jesus da nossa família como Marta que disse: "Se tu estivesses aqui meu irmão não teria morrido".(Jo 11.21).n Sirva ao Senhor com alegria e amor e Ele providenciará tudo o que for necessário para estimular ainda mais este amor em seu coração.


CONCLUSÃO

Embora os crentes já possuam a salvação e, em certo sentido já estejam “nos lugares celestiais em Cristo” (Ef.1:3) ainda precisam combater o bom combate da fé a fim de assegurarem sua posse da salvação final e do repouso eterno (I Tm.1:18-20). Assim como foi a conquista de Canaã, tomar posse da salvação e da vida eterna também envolve a guerra e a vitória espirituais (Ef.6:10-20).Como os israelitas tinham que continuar a conquista depois da morte de Josué, também nós devemos, pela fé, vencer nossas batalhas (1 João 5:4) contra a carne, o mundo e as forças espirituais do mal. Nosso Salvador venceu para nós a maior batalha, ganhando-nos a vida eterna mediante a sua morte por nós (1 Coríntios 15:54-57), mas devemos agora lutar para obter o nosso galardão (1 Coríntios 9:24,25).


Bibliografia


Bíblia Plenitude (ARC)Apontamentos do autorFontes eletrônicas e teológicasDicionário “Aurélio”


Comentarista:


Pastor Josaphat Batista - Vice - Presidente da Assembléia de Deus em Camaçari - BahiaBacharel em Telogia convalidado pelo MEC - Professor de teologia pela ESTEADEC
(www.teologiaesteadec.com.br), pós-graduando Docência do Ensino Superior / Relator do conselho de ética do COMEC (conselho de Ministro em Camaçari- Ba / Conferencista – Seminarista – Escritor – Coord. Geral da EBD em Camaçari-Ba Assembleia de Deus – E - mail: prjosaphat@hotmail.com

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Lição 11 - As Cidades de Refúgio - Comentarista: Pr. Josaphat Batista

Lição 11 - As Cidades de Refúgio - Comentarista: Pr. Josaphat Batista


INTRODUÇÃO (
Clique aqui e baixe o mapa das cidades de refúgio)

Ao estudarmos esta lição que nos fala a respeito das cidades de refúgios é bom fazermos uma reflexão dentro do texto em apreço e perguntarmos a nós mesmos: “ o que é que essas cidades tem a ver com a nossa realidade nos dias de hoje?” Hoje, um homicida não tem lugar determinado para fugir e ficar legalmente protegido. O certo é, que todos nós de uma vez que pecamos, somos culpados diante, embora não sejamos homicida, mas todos pecamos em Adão e estávamos destituídos da glória de Deus (Rm 3:23).
Portanto, nossa culpa nos induz à culpa até porque a nossa natureza nos diz: “fuja!” Mas para onde fugiremos? Muitos procuram argumentos filosóficos e racionais, outros já tentam se refugiar no hedonismo (busca pelos prazeres inúteis desta vida) e etc. Tudo isso para justificarem os seus erros ou os seus muitos pecados sem se falar daqueles que culpam os outros. Enquanto isso, não são poucos os que tentam negar os seus erros cometidos e sempre procuram se refugiarem em tudo isso como pois assim os pecadores sem Cristo o procuram. É sempre assim, cada um segue na sua direção. Não lembras de que quando Caim matou o seu irmão Abel o mesmo fugiu da presença de Deus. E nós para onde fugiremos? É como diz o escritor aos Hebreus: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor,foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram” Hebreus 2:3).
O Salmista diz: “Aquele que habita nos esconderijo do altíssimo, à sombra do onipotente descansará” (Sl 91:1). Não façamos como fez Caim que correu de Deus, mas corramos para Deus que é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na hora da angústia...
Graças a Deus que podemos dizer como o Salmista: “tu és o lugar em que eu me escondo; tu me preservas da angústia, tu me cinge de alegria e cantos de livramentos” (Sl 32:7). ALELUIA!


I – O QUE REPRESENTAVAM E PARA QUE SERVIAM AS CIDADES DE REFÚGIOS NOS DIAS DE MOISÉS


Primeiramente é bom ressaltarmos que segundo o dicionário “Aurélio” a palavra refúgio que quer dizer: “asilo, abrigo, apoio, amparo”.

(Números 35:13-15) - E das cidades que derdes haverá seis cidades de REFÚGIO para vós. Três destas cidades dareis além do Jordão, e três destas cidades dareis na terra de Canaã; cidades de REFÚGIO serão. Serão por REFÚGIO estas seis cidades para os filhos de Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que ali se acolha aquele que matar a alguém por engano.
Era costume no Oriente antigo, o parente mais próximo, homem, vingar a morte do parente, matando o assassino, sem considerar as circunstancias. A lei de Deus levava em conta as circunstancias, por isso Deus mandou criar as CIDADES DE REFÚGIO, quando entrassem na Terra Prometida. Ali poderia se refugiar quem cometeu o crime sem querer.


OBS: (Números 35:24-25) - Então a congregação julgará entre aquele que feriu e o vingador do sangue, segundo estas leis. E a congregação livrará o homicida da mão do vingador do sangue, e a congregação o fará voltar à cidade do seu refúgio, onde se tinha acolhido; e ali ficará até à morte do sumo sacerdote, a quem ungiram com o santo óleo.
A morte do Sumo Sacerdote é uma figura da morte de Cristo na cruz, liberando o pecador de sua culpa para voltar para a pátria celestial, sua morada eterna.
Já nos versículos 26 e 27 nos diz: - Porém, se de alguma maneira o homicida sair dos limites da cidade de refúgio, onde se tinha acolhido, E o vingador do sangue o achar fora dos limites da cidade de seu refúgio, e o matar, não será culpado do sangue. Se deixasse a proteção da cidade de refúgio (figura da Igreja e do próprio Cristo), o pecador estava sujeito a ser encontrado pelo vingador, que tinha todo o direito de lhe matar, sem ser considerado culpado de nada.


As cidades de refúgio representavam, em linguagem jurídica hodierna, um "habeas corpus" a favor do criminoso não culpado, ou cujo crime não tivesse sido apurado adequadamente. Em caso de homicídio, pela lei, caberia ao parente mais próximo do falecido a responsabilidade de aplicar a "Lei de Talião" ao homicida, e isto poderia ser feito a qualquer hora e em qualquer lugar, exceto na cidade de refúgio, onde o homicida que não matara intencionalmente poderia aguardar seu julgamento em segurança. (Nm 35:11,12).
As cidades de refúgios também serviam de proteção, não aos criminosos, mas aos que precisavam de refúgio de ódio e de vingança. Era a maneira de Deus preservar o inocente de um crime, do vingador de sangue (Nm 35:11). Quem era o vingador de sangue? Era o parente próximo da vítima, que saia para matá-lo por vingança da morte na família.
. O que isso tem a ver conosco hoje? Profeticamente Deus mostrava um refúgio para o homem inocente, reto e puro de coração.
“O meu Deus enviou seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achado em mim inocência diante Dele.” (Dn 6:22).

Sendo assim é importante também ressaltarmos a harmonia do simbolismo aqui encontrado. Aquele que por acaso, matasse o seu semelhante, dependeria, para retornar a liberdade, da morte do sumo sacerdote. JESUS CRISTO consumou esta obra suprema morrendo pelos pecados do mundo inteiro. (Mt 1:12; Jo 1:29) Nesta obra expiatória figuram a sua morte, ressurreição e ascensão. Com a morte do sacerdote Ele garante nossa vitória. Como sacerdote vivo e ressurrecto Ele nos garante proteção eterna. Ele não somente morreu por nós como também vive por nós. (Rm 8:34; 4:25; 5:10). A morte do Sumo Sacerdote Jesus e nossa liberdade. GLÓRIA A DEUS!

II – AS CIDADES DE REFÚGIOS NOS DIAS DE JOSUÉ


Quando Josué completou a conquista da Terra, estabeleceu estas seis cidades, três de cada lado do Jordão. O homem que cometesse uma morte por acidente deveria fugir para cidade mais próxima e ficar lá até ser julgado. Depois deveria ser mandado de volta para a cidade de refúgio até a morte do Sumo Sacerdote. Estas seis cidades representam Cristo suprindo as necessidades mais urgentes do pecador. Uma ação que não pode esperar para o julgamento, mas deve ser aplicada agora. (Josué 20:1-2) – Falou mais o SENHOR a Josué, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Apartai para vós as cidades de refúgio, de que vos falei pelo ministério de Moisés.
Como não somos assassinos ou criminosos, nossas necessidades são espirituais, por isso hoje, as cidades de refúgio representam O SOCORRO BEM PRESENTE do Senhor Jesus em nossas vidas.


1 – NOMES DAS CIDADES E SEUS RESPECTIVOS SIGNIFICADOS


(Josué 20:7-8) - Então designaram a Quedes na Galiléia, na montanha de Naftali, e a Siquém, na montanha de Efraim, e a Quiriate-Arba (esta é Hebrom), na montanha de Judá. E, além do Jordão, na direção de Jericó para o oriente, designaram a Bezer, no deserto, na campina da tribo de Rúben, e a Ramote, em Gileade da tribo de Gade, e a Golã, em Basã da tribo de Manassés.



01. QUEDES (OU CADES / hb. vdq Qedesh ) Lugar Santo – Refúgio para o impuro. –
1) uma cidade no extremo sul de Judá
1a) o mesmo que "Cades" ou "Cades-Barnéia"
2) uma cidade de Issacar designada aos levitas gersonitas
3) uma cidade cananita fortificada designada a Naftali
4) uma cidade de refúgio designada a Naftali
procedente de; vdq qadash ) consagrar, santificar, preparar, dedicar, ser consagrado, ser santo, ser santificado, ser separado
1a) (Qal)
1a1) ser colocado à parte, ser consagrado
1a2) ser santificado
1a3) consagrado, proibido
(Zacarias 13:9) - E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus.


02. SIQUÉM – Ombro / (hb. Nwrbx Chebrown) – Refúgio para o cansado –
o mesmo que 1) ombro, costas
1a) ombro, espádua
1b) costas (em geral)

Siquém =" costas" ou "ombro"

n. pr. m.
1) filho de Hamor, o principal dos heveus em Siquém no época da chegada de Jacó

n. pr. l.
2) uma cidade em Manassés; localizada em um vale entre o monte Ebal e monte Gerizim, 54 km (34 milhas) ao norte de Jerusalém e 10,5 km (7 milhas) ( 10.5 km) a sudeste de Samaria

(Mateus 11:28) - Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.


03. HEBROM – (hb. Nwrbx Chebrown ) - Comunhão –
Hebrom =" associação"

1) uma cidade no sul de Judá, aproximadamente a 30 km ao sul de Jerusalém e 30 km (20 milhas) ao norte de Berseba, próxima ao local onde Abraão construiu um altar
2) o terceiro filho de Coate e neto de Levi
3) um descendente de Calebe
procedente de rbx cheber
1) associação, companhia, grupo
2) partilha, associação, sociedade
3) um mágico, encantador, encantamento
Refúgio para o que está longe e volta - (1 Coríntios 1:9) - Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a COMUNHÃO de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.


04. BEZER – (Hb. rub Betser) – ezer =" minério de ouro" ou "fortaleza remota"

1) filho de Zofa, um dos líderes das casas de Aser
2) uma cidade de refúgio em Rúbem nos lugares baixos a leste do Jordão
O mesmo que rub Betser Bezer =" minério de ouro" ou "fortaleza remota"
1) filho de Zofa, um dos líderes das casas de Aser
2) uma cidade de refúgio em Rúbem nos lugares baixos a leste do Jordão

Refúgio para o Fraco - (2 Timóteo 2:1) - TU, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.


05. RAMOTE – (Hb. twmae Ra’mowth ou tmar Ramoth ) - Exaltado –
Ramote =" altos"

1) um lugar em Gileade; localização incerta
2) uma cidade levítica em Issacar
pl. de hmar ra’mah ou (plural) twmar; n. pr. l. CORAIS
1) corais - Pedra do mar, de cor vermelha, considerada pelos antigos como preciosa {#Ez 27.16}. O povo da Síria comprava os seus muitos produtos e as suas mercadorias. Em troca das suas mercadorias, eles davam esmeraldas, tecidos de púrpura, bordados, linho fino, corais e rubis.
Refúgio para o humilhado. - (Lucas 14:11) - Porquanto qualquer que a si mesmo se EXALTAR será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. (Tiago 4:10) - Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos EXALTARÁ.


06. GOLAM – (Nlwg Gowlan ) - Separado
Golã =" o cativeiro deles: a alegria deles"

1) uma cidade de Manassés no planalto de Basã a leste do Jordão; uma cidade de refúgio
procedente de hlwg gowlah ou (forma contrata) hlg golah
1) exilados, exílio, cativeiro
1a) exilados (col)
1b) exílio, cativeiro (sentido abtrato)

– Refúgio para o tentado – Que está sendo envolvido pelo mundo. - (João 17:14) - Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque NÃO SÃO DO MUNDO, assim como eu não sou do mundo.


III - AS CARACTERISTICAS DAS CIDADES E SUA REPRESENTATIVIDADE PARA NÓS NOS DIAS ATUAIS


1 – FÁCIL ACESSO
Dt 19:3 - ”Preparar-te-ás o caminho, e os termos da tua terra, que te fará possuir o Senhor teu Deus, partirás em três e isso será para que todo o homicida se acolha ali.”
Is 52:10 - “O Senhor desnudou o seu Santo braço perante os olhos de todas as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.”
Jesus tem sido anunciado a toda a criatura, por todo o mundo. Em qualquer parte do mundo o evangelho já foi anunciado. No passado a palavra foi difundida com muitas lutas, muitas dificuldades para que o nosso refúgio ( o Senhor Jesus ) fosse de fácil acesso.


2 – NÃO ERAM ABRIGOS PARA ASSASSINOS


Is 20:1-4 - “Fala aos filhos de Israel dizendo: apartai para vós as cidades de refúgio que vos falei pelo ministério de Moisés, para que fuja para ali o homicida que matar alguma pessoa por erro e não com intento, para que nos sejam refúgio do vingador de sangue. E fugindo para alguma daquelas cidades, por-se-á a porta da cidade e proporá as suas palavras perante os ouvidos dos anciãos de tal cidade, então o tomarão consigo na cidade, e lhe darão lugar para que habite com eles.”
Jesus não ama o pecado, mas ama o pecador, e quando nós somos convencidos do pecado pelo Espírito Santo, os nossos pecados são perdoados. E ainda antes de conhecermos a vontade do Pai, pecamos (....errais por não conhecerdes as escrituras ). Jesus então nos justifica perante o Pai. Somos purificados, não temos mais a nossa culpa. Então Ele nos acolhe, é o nosso refúgio.


3 – ACESSO AOS ESTRANHOS


Nm 35:15 - “Serão de refúgio estas seis cidades para os filhos de Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que ali se acolha aquele que ferir alguma alma por erro.”
“ Ele veio para os judeus, mas estes o rejeitaram.”Contudo Jesus deu oportunidade a nós gentios para alcançar a salvação. Então Jesus é refúgio também para os gentios (estranhos).


4 – DENTRO DAS CIDADES TERIAM PROTEÇÃO, FORA DA CIDADE NÃO.


Dentro das cidades teriam proteção, fora da cidade não
Nm 35:26-27 - “Porém se de alguma maneira o homicida sair dos termos da cidade do seu refúgio, onde se tinha acolhido, e o vingador de sangue o achar fora dos termos da cidade do seu refúgio, se o vingador do sangue matar o homicida, não será culpado do sangue.”
Quando estamos na presença do Senhor Jesus temos toda proteção, todo refúgio, ao sairmos de Sua presença, podemos perder esta bênção, são os limites do Espírito.
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5 – FICAVAM EM REGIÕES ALTAS/ DESERTOS.
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Js 20:7 A primeira característica mencionada foi: “fácil acesso” ,e agora estamos mencionando regiões altas /desertos como outra característica . Parece ser até um paradoxo,contudo vemos aí uma coisa muito interessante a respeito da pessoa do Senhor Jesus.Assim como as cidades de refúgio sempre encontramos o escape pertinho de nós, porém o Reino dos Céus é conquistado c/ esforço c/ muita determinação.
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6 – ABRIGAVA O HOMICIDA ATÉ A MORTE DO SUMO SACERDOTE

Nm 35:25 - “A congregação livrará o homicida da mão do vingador do sangue, e a congregação o fará voltar à cidade do seu refúgio, onde se tinha acolhido, e ali ficará até a morte do sumo sacerdote, a quem ungiram com santo óleo.”
Era abrigo até a morte do sumo sacerdote.
Essa característica era muito importante porque aponta o sacrifício de Jesus como o fim daquele artifício de refúgio (as cidades). A partir da morte de Jesus, temos “refúgio eterno.”
Sl 91:2 - “Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e Nele confiarei.”
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Conclusão

Relembrando algo ainda sobre o texto acima explorado um assassino não podia comprar a vida por dinheiro, assim também o homicida não podia comprar a sua liberdade. Ambos haviam concebido a morte de um ser humano e só a morte de um homem podia fazer a expiação pela morte. Como já foi visto o sumo sacerdote de israel prefigurava o Ministério Sacerdotal de JESUS (Hb 4:9). Com a morte do Ungido, o sumo sacerdote, podemos voltar a vida de pureza espiritual e não temer as acusações de satã. Assim meus amados, estamos livres dos vingadores espirituais e amparados pela lei da liberdade encontrada no sangue revificador de Nosso Sumo sacerdote JESUS CRISTO (Jo 8:35,36).


JESUS sendo o Filho de DEUS, pode oferecer um sacrifício de valor eterno e infinito, conquistando nossa liberdade espiritual. Ele assumiu a natureza humana, identificando-se com o gênero humano e assim sofreu o castigo que era nosso, a fim de que pudéssemos escapar da situação de culpados. Ele, que era sem pecado por natureza, que nunca havia cometido um pecado sequer em sua vida, se fez pecado, tomando nosso lugar. "Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós" (2 Co 5:21) Em primeiro lugar, o homicida, na cidade de refugio, não estava isento de Juízo, (Js 20:5). Mas para o renascido em JESUS o Ungido não existe e não pode haver juízo, pela razão mais simples de todas as razões. JESUS CRISTO sofreu o juízo em seu lugar. Por outro lado, havia também a possibilidade de o homicida cair nas mãos do vingador ao sair fora das portas da cidade. O renascido em JESUS CRISTO não pode perecer jamais: está tão seguro como o próprio Salvador.. Por fim, quanto ao homicida, era uma questão de segurança temporária e de vida neste mundo. Quanto aos renascidos em JESUS CRISTO é uma questão de eterna salvação e vida eterna no mundo vindouro.

Bibliografia


Biblia de Estudo Plenitude
Dicionário “Aurélio”
Apontamentos do autor e adaptações
Fontes Eletrônicas

http://www.hosanas.com/index.php/artigos/35-estudos-biblicos/54-as-cidades-de-refugio

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A s Cidades de Refúgio - Ev. Luiz henrique


Comentarista:


Pastor Josaphat Batista - Vice - Presidente da Assembléia de Deus em Camaçari - Bahia
Bacharel em Telogia convalidado pelo MEC - Professor de teologia pela ESTEADEC (www.teologiaesteadec.com.br), pós-graduando Docência do Ensino Superior / Relator do conselho de ética do COMEC (conselho de Ministro em Camaçari- Ba / Conferencista – Seminarista – Escritor – Coord. Geral da EBD em Camaçari-Ba Assembleia de Deus – E - mail: prjosaphat@hotmail.com


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Entramos Numa Nova Era

Entramos Numa Nova Era

João A. de Souza Filho
17 de Janeiro de 2009

Pois hoje, enquanto fazia minha caminhada diária e refletia – dei-me conta de que havia saído de uma era e entrado noutra. Primeiramente me dei conta de que saí da era do papel e entrei na era digital – não há mais jornais em meu gabinete – eles desapareceram de nossa casa. E só me dei conta disso quando minha esposa pediu jornais velhos para embrulhar uns copos quebrados e colocá-los na lixeira. É costume nosso embrulhar bem os cacos de vidros para que os coletores de lixo não se machuquem. Mas não havia jornais. É que optei tempos atrás em manter recortes de arquivos digitais. Leio vários jornais e revistas pela Internet. Quer dizer, saí da era do papel e entrei na era da notícia digital sem perceber. Papeis, aqui em casa só os da impressora, guardanapos de boca, o papel higiênico e o papel de cozinha. Nada mais.
A era digital chegou, entrou silenciosamente e foi tomando espaço em nossas vidas. E aí pensei: assim são as eras. Elas não se instalam abruptamente, interpõem-se umas às outras. Como um círculo saindo de outro, como o eclipse lunar, aquele espaço que ainda une os dois é a interposição de uma nova era. Foi assim com a era da lei. A era da graça surgiu ainda dentro da era da lei – se bem que alguns teólogos e não dispensacionalistas discordem da existência de duas eras, a da lei e a da graça – mas, deixa prá lá! Houve uma transição da era do AT para a era do NT – lei e graça – que ocorreu de maneira imperceptível. A graça já operava no Antigo Testamento e a lei ainda operava na era da graça. Acredito que deve ter havido um período de mais de cem anos para que uma era surgisse e a outra desaparecesse, as pessoas vivendo as duas eras. Você deve ter lido na história da igreja da discussão dos discípulos de João, o apóstolo, dos de Paulo se deveriam celebrar a páscoa conforme o calendário judaico ou seguir o calendário romano. Os discípulos de Paulo divergiram dos de João, o apóstolo. A gente lê sobre isso na história da igreja. Anos depois do desaparecimento dos primeiros apóstolos, as eras ainda se encaixavam, uma fazendo sombra à outra.
E fazendo minha caminhada diária – depois dos sessenta tudo que é ruim aparece no corpo humano – percebi que entramos numa nova era. Como queira o leitor, com letra maiúscula ou minúscula, a nova era chegou. Aquilo que os prognosticadores da Nova Era afirmavam de que a Era de Peixes (a de Cristo e do cristianismo) daria lugar à Era de Aquários vem acontecendo de maneira suave e imperceptível. Na realidade não era o início de um novo milênio que haveria de estabelecer o início de uma nova era. Eras não terminam nem chegam abruptamente. Ao se fazer uma leitura dos tempos pode-se concluir que a partir de 1850 a nova era começou a lançar sua tênue sombra sobre a história avançando e conquistando espaço, e o cristão só se dará conta quando a Era de Peixes ficar para trás dando espaço à Era de Aquários. Os cristãos, neste período tiveram que aprender a defender sua fé do humanismo, do positivismo (um ateísmo comunista com um bonito nome) e entraram no século XX inundando as novas nações com o Evangelho de Cristo. Os adeptos da Nova Era indicam fevereiro de 1962 como a transição de uma era a outra. Mas, eles não tem autoridade para tal afirmativa.
Como perceber esta transição? Primeiramente com o surgimento das Nações Unidas no fim da Segunda Grande Guerra. Queiramos ou não admitir, as Nações Unidas impõe paulatinamente sua agenda sobre o comportamento das nações, exigindo, por exemplo, que os governos mudem seu posicionamento quanto a liberdade sexual entre pessoas do mesmo sexo, aborto, divórcio e a adoção de crianças por casais homossexuais. Sob a égide das Nações Unidas Israel se estabeleceu como nação, mas outros povos nem tão minoritários como os curdos vem sendo exterminados sem poderem se organizar como nação. As regras de importação e exportação, educação e política saem da agenda e dos debates do grande prédio embandeirado de Nova Iorque.
Em segundo lugar percebe-se que a Nova Era chegou – agora com letra maiúscula –e as evidências estão dentro da igreja evangélica, especialmente a igreja pentecostal. Isto mesmo, os evangélicos e pentecostais outrora guardiães da fé e da doutrina apostólica são os maiores sinalizadores de que outra era chegou, porque cederam lentamente ao "espírito" que opera por trás desta Era que surgiu. "Espírito" sobre o qual João e Paulo se referiram no passado. A aceitação dos padrões de comportamento sociais tão duramente combatidos no passado é visível na igreja.
Termos bíblicos como prostituição, lascívia, mentira, engodo, etc. desapareceram do glossário pentecostal.
Pastores, líderes, bispos e apóstolos passaram a ter "sonhos" políticos de governar a nação; a mensagem de renúncia ao prazeres do mundo deu lugar à mensagem de prosperidade. Os cristãos sonham em ficar ricos. Os pastores esbanjam riquezas e bens materiais. Alguns costumam ir para suas casas de descanso em helicópteros, carros blindados e assistem o mundo em sua grande tela plana, enquanto os milhares de membros nem televisão sequer são permitidos ter, ou são incentivados a não possuir riquezas, como é o caso dos membros de uma das grandes igrejas pentecostais, a Igreja Deus é Amor.
Líderes pentecostais participam de encontros pela unidade, paz e compreensão mundial com políticos ateus, com positivistas, com líderes religiosos budistas, hinduístas, com os líderes da igreja do Rev. Moon, com líderes afros, e firmam acordos de paz e compreensão, e, percebendo ou não, sutilmente abandonam a mensagem do Cristo crucificado e aceitam a mensagem do Jesus universal. Sim, porque o Jesus universal, aquele Jesus carinhoso, bom, que pregou a paz e viveu entre os homens pode ser aceito por todos os segmentos religiosos. Esquecem que a nova religião universal congrega em seu seio todas as religiões do mundo, e esses líderes pentecostais recebem o Papa da igreja de Roma, reverenciam-lhe, reúnem-se com o líder tibetano exilado, etc., negando o Cristo que esses líderes desprezam.
Mas, não apenas isso. A mensagem pentecostal perdeu sua essência, sua agressividade evangelística, seu didaskalós ou doutrina, e seus pastores acolhem em seu seio gente e políticos de todos os tipos e matizes para o diálogo; pessoas que participam de suas reuniões de ceia – antes uma reunião restrita aos membros da congregação – e comungam da mesma "fé". Os pastores televisivos precisam ser politicamente corretos se quiserem continuar a ter espaço na mídia, e as leis de todos os países tem como objetivo hoje suavizar as demandas do discipulado a Cristo.
Quase ao fim da caminhada lembrei-me da posse do Barak Obama como presidente dos Estados Unidos. Enquanto escrevo este artigo ele ainda não tomou posse. Vi a agenda dos pregadores. Tempos atrás o maior pregador do século XX, Billy Graham pregava e orava na posse de presidentes, e era dele a frase, "a Bíblia diz" repetida por pregadores em todo mundo. Hoje, na posse de presidentes e governadores ninguém pode dizer, "a Bíblia diz" com a autoridade de Billy Graham, porque os pregadores mais lúcidos e famosos são os que trabalham pela paz e compreensão das raças e das religiões, e não os que declaram a supremacia da palavra de Deus, o Cristo de Deus e a Bíblia sobre as demais coisas.
Um nova era chegou para ficar e traz pintada de a Era de Aquários, em que a universalidade, direitos e a inclusão são os temas principais que devem ser pregados, ocupando o espaço que era dado ao Cristo, na Era do Cristo crucificado. Sim, porque a Era da cruz, da renúncia, do amor a Deus, da dedicação, da confrontação ao pecado, da vida santa vivida na contramão do sistema, lenta e sutilmente vem desaparecendo até que Aquário domine o cenário mundial. É uma era em que o mundo se reveste de fé, mas não a fé que Jesus espera encontrar em seu regresso.
"Inevitavelmente, virá uma transformação total em toda essa ordem de coisas. A Ciência, a Filosofia, a Arte e a Religião deverão unir-se totalmente à luz da Gnose", aborda um dos sites de Nova Era.
Esta é a era da inclusão religiosa. Inclusão de tudo. Rick Warren fará a oração de posse de Obama, porque ele não representa nem os radicais discípulos de Cristo nem os tantos liberais. Ele está inserido entre os "mornos", os que não tomam posição alguma perante a sociedade. Exatamente os que Jesus condenou na igreja de Laodicéia. A mornidão. Nem frio nem quente. O espírito da Era de Aquários é o de não-comprometimento com esta ou aquela doutrina; o espírito da paz universal; de se viver bem com todos. De não se fazer oposição. Obama escolheu a pastora liberal Sharon E. Watkins para pregar no Culto de Oração Nacional que ocorrerá na Catedral Nacional ao dia seguinte de sua posse à presidência. Junto a ela estará a figura de Ingrid Mattson, a primeira mulher a presidir a Sociedade Islâmica da América do Norte que fará uma oração. Islamismo e protestantismo sem diferenças, abençoando o novo presidente. Alá e Jeová de mãos dadas. Ódio e Amor juntos pela paz mundial.
Billy Graham o homem que dizia "a Bíblia diz" foi substituído, não por outro de sua "espécie", mas por pregadores que não trazem problemas ao novo presidente. O bispo Gene Robinson, que assumiu publicamente sua relação homossexual com outro homem, e pivô da divisão da denominação anglicana, conselheiro de Obama fará a oração de invocação. O evento ocorre por esses dias antes da oração cerimonial de Warren.
A Bíblia sobre a qual Obama faz o juramento, a base de fé da antiga sociedade americana agora é vista apenas como uma tradição da história, e amuleto espiritual.
Citei apenas o que ocorrerá durante a posse de Obama como exemplo de como uma nova era entrou, deixando para trás lentamente a era de Cristo. Sim, porque o Jesus homem, o pregador da paz, o inspirador de livros de autoajuda, o Jesus que vende, o Jesus do Mercado é aceito por todas as religiões, enquanto o Jesus, chamado Cristo, o Salvador da humanidade está sendo deixado de lado, especialmente por grande ala da igreja pentecostal. É de lastimar que a igreja pentecostal esteja ornando a estrada por onde o futuro homem da iniqüidade caminhará e estabelecerá seu governo mundial. Os líderes pentecostais no mundo e no Brasil andam de mãos dadas com os líderes religiosos do mundo. É a paz, a inclusão a nova ordem mundial.
Ver pastores pentecostais sendo fotografados ao lado de pessoas que nada tem de cristãos é evidência de como as duas eras, a de Cristo, o Ungido e a de Aquários ou da Nova Era intrinsecamente se entrelaçam pavimentando a história.
Concluindo, posso afirmar que de maneira lenta e inexorável entramos numa era em que a doutrina apostólica, e a doutrina de Cristo foram maquiadas para poder se encaixar na nova ordem mundial. E os grandes maquiadores temos sido nós, os pentecostais.


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Artigo do Prof. MIGUEL REALE JÚNIOR sobre o "BBB".

"BBB" BIG BROTHER BRASIL
Artigo do Prof. MIGUEL REALE JÚNIOR sobre o "BBB".

Programas como Big Brother indicam a completa perda do pudor, ausência de noção do que cabe permanecer entre quatro paredes. Desfazer-se a diferença entre o que deve ser exibido e o que deve ser ocultado. Assim, expõe-se ao grande público a realidade íntima das pessoas por meios virtuais, com absoluto desvelamento das zonas de exclusividade. A privacidade passa a ser vivida no espaço público.

O Big Brother Brasil, a Baixaria Brega do Brasil, faz de todos os telespectadores voyeurs de cenas protagonizadas na realidade de uma casa ocupada por pessoas que expõem publicamente suas zonas de vida mais íntima, em busca de dinheiro e sucesso. Tentei acompanhar o programa. Suportei apenas dez minutos: o suficiente para notar que estes violadores da própria privacidade falam em péssimo português obviedades com pretenso ar pascaliano, com jeito ansioso de serem engraçadamente profundos.

Mas o público concede elevadas audiências de 35 pontos e aciona, mediante pagamento da ligação, 18 milhões de telefonemas para participar do chamado "paredão", quando um dos protagonistas há de ser eliminado. Por sites da internet se pode saber do dia-a-dia desse reino do despudor e do mau gosto. As moças ensinam a dança do bumbum para cima. As festas abrem espaço para a sacanagem geral. Uma das moças no baile funk bebe sem parar. Embriagada, levanta a blusa, a mostrar os seios. Depois, no banheiro, se põe a fazer depilação. Uma das participantes acorda com sangue nos lençóis, a revelar ter tido menstruação durante a noite. Outra convivente resiste a uma conquista, mas depois de assediada cede ao cerco com cinematográfico beijo no insistente conquistador que em seguida ridiculamente chora por ter traído a namorada à vista de todo o Brasil. A moça assediada, no entanto, diz que o beijo superou as expectativas. É possível conjunto mais significativo de vulgaridade chocante?

Instala-se o império do mau gosto. O programa gera a perda do respeito de si mesmo por parte dos protagonistas, prometendo-lhes sucesso ao custo da violação consentida da intimidade. Mas o pior: estimula o telespectador a se divertir com a baixeza e a intimidade alheia. O Big Brother explora os maus instintos ao promover o exemplo de bebedeiras, de erotismo tosco e ilimitado, de burrice continuada, num festival de elevada deselegância.

O gosto do mal e mau gosto são igualmente sinais dos tempos, caracterizados pela decomposição dos valores da pessoa humana, portadora de dignidade só realizável de fixados limites intransponíveis de respeito a si própria e ao próximo, de preservação da privacidade e de vivência da solidariedade na comunhão social. O grande desafio de hoje é de ordem ética: construir uma vida em que o outro não valha apenas por satisfazer necessidades sensíveis.

Proletários do espírito, uni-vos, para se libertarem dos grilhões da mundialização, que plastifica as consciências.

Miguel Reale Júnior, advogado, professor titular da Faculdade de Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras.

O Estado de São Paulo, 02 de fevereiro de 2009
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