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domingo, 22 de fevereiro de 2009

Lição 08 - O Perigo do Ardil Gibeonita - Comentarista: Pr. Josaphat Batista

Lição 08 - O Perigo do Ardil Gibeonita - Comentarista: Pr. Josaphat Batista

INTRODUÇÃO

"Então os homens de Israel tomaram da provisão deles, e não pediram conselho ao Senhor. Assim Josué fez paz com eles; também fez um pacto com eles, prometendo poupar-lhes a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento." Josué 9:14 e 15

Conforme vimos nas lições anteriores o povo de Israel estava vencendo as nações residentes em Canaã ao apropriar-se da terra, uma a uma, porque o Senhor os havia orientado a possuí-la e expulsar todos os seus moradores. O rigor que Deus exigia era tão grande, que quando a nação tomasse uma cidade deveria por fogo nela, para que os seus habitantes não voltassem (Js 8:7,8). Em outras palavras Deus não queria aliança do seu povo com as nações pagãs. Não queria nenhum tipo de mistura ou de cumplicidade. Queria um povo separado numa comunhão exclusiva com Ele.

I – ALÉM DE NÃO CONSULTAR A DEUS, FALTOU-LHE O DISCERNIMENTO.

Nesse contexto, surge um estratagema dos gibeonitas, povo residente em Canaã, que sabendo da ordem que Deus havia dado "buscou confundi-los e ganhar-lhes a alma e o coração", a fim de estabelecerem uma unidade com os filhos de Israel: "Vestiram-se de mendigos, fingiram vir de uma nação longínqua, trazendo pão bolorento e simulando uma história melodramática." (Js 9:11 a 12). "Tendo nos seus pés sapatos velhos e remendados, e trajando roupas velhas; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento."


Veja só: Com pena dos amigos recém chegados "de longe", a nação abre a alma e escancara o coração para os vizinhos simuladores, caindo no "conto do vigário", e, desobedecendo a orientação do Senhor, faz uma aliança com o estranho à sua comunidade! E tomam tal atitude sem consultar a Deus, apenas ao seu próprio coração, que facilmente enganado, tornara-se presa fatal dos que tratam, com sutileza, os sentimentos alheios. Ao descobrir o plano maquiavélico dos gibeonitas, Josué fica furioso, mas com uma irritação tardia, pois o contrato já havia sido feito, o pacto selado e a aliança estabelecida. Agora restava tão somente a Israel, administrar a aliança mal feita, sem a orientação Divina (Js 9:22 e 23). A partir daquele dia, segundo o texto bíblico de Josué 9:27, os gibeonitas viveriam na mesma casa, sobre o mesmo teto, comendo e bebendo as mesmas coisas com os israelitas, pois fora feito um casamento, sem a bênção do Senhor; melhor, sem o Seu consentimento!


Meu Deus! Quantos até mesmo dos nossos irmãos estão fazendo o mesmo, não consultam a palavra de Deus e fazem aliança com todo tipo de pessoas que aparentemente se dizem verdadeiros cristãos, mas não passam de nuvens sem águas levadas pelo vento, é como a moinha que o vento espelha, trajam uma falsa piedade e muitas das vezes são ovelhas vestidas de lobos devoradores. Precisamos nesses últimos dias de buscarmos mais e mais o Dom do discernimento que ultimamente se faz necessários nessa última hora da Igreja onde muitos tem se infiltrado em nosso meio com o pretexto de enganar os escolhidos de uma vez que “esses” falsos crentes já vivem no verdadeiro auto-engano. É baseado neste mesmo princípio que o Novo Testamento orienta-nos contra as ligações perigosas: " Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? ou que comunhão tem a luz com as trevas? Que harmonia há entre Cristo e Belial? ou que parte tem o crente com o incrédulo? E que consenso tem o santuário de Deus com ídolos?" (II Co 7:14 a 16a).

Para o autor sagrado, o jugo desigual, significava a união mais íntima, a sociedade mais comprometida e a comunhão cúmplice que adotamos com os que não pertencem a comunidade dos salvos. Era, na sua imagem, o comer o pão bolorento e o partilhar das vestes desgastadas dos que não pertencem a nossa gente, como ocorreu com os israelitas diante do engodo dos gibeonitas. Naquela ocasião, como hoje, o método do inimigo é o mesmo: Apelar para um coração aberto demais, que permite que sentimentos altruístas e amorosos falem mais alto que a Palavra do Senhor! É por isso que a Palavra nos exorta com os seguintes questionamentos: Que tipo de Sociedade há entre a justiça e a injustiças nos contratos consensuais pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam a reunir esforços ou recursos para a consecução de um fim comum? Se a justiça aponta para um lado e as trevas para outro?

Que comunhão há da luz que as trevas posto que comunhão significa a participação em comum de crenças, interesses ou idéias? E que harmonia pode haver entre Cristo e Belial (os filhos do mundo)? Uma vez que a harmonia é a expressão absoluta da ordem, do acordo e da conformidade entre os que têm a Deus como pai e os que são filhos do malígno? A resposta a estas perguntas tem uma única resposta: Nenhuma! Isso mesmo, buscar sociedade, comunhão e harmonia com os que não pertencem a comunidade dos fieis é estabelecer ligações perigosas, das quais não se pode sair tão facilmente.

II – O PERIGO DE NÃO CONSULTAR A DEUS
Texto: Josué 9

Este texto narra o encontro dos heveus gibeonitas com os israelitas. O povo de Josué foi envolvido por uma ardilosa artimanha dos gibeonitas e, face a ingenuidade, fizeram aliança com aquele povo cananeu. Sobre Gibeão, a cidade destes que enganaram os israelitas, há uma referência em Js 10:2, descrevendo-a como uma das grandes cidades de Canaã. Nos versos 4 e 5, a Bíblia narra que os gibeonitas usaram de astúcia: se fingiram de embaixadores, tomaram sacos velhos sobre seus jumentos, odres de vinho velhos, rotos e recosidos, trajaram roupas velhas e portaram pão seco e bolorento. Todos os cuidados visaram convencer os israelitas de que eram embaixadores de uma terra longínqua. A finalidade era garantir a sobrevivência do seu povo frente aos devastadores israelitas que, com a força do Senhor, eram imbatíveis.


1) Cuidado com os bajuladores


Foi com elogios e bajulações que os gibeonitas conseguiram ludibriar a Josué e seu povo. No verso 9, temos: “teus servos vieram duma terra mui distante, por causa do nome do Senhor teu Deus, porquanto ouvimos a sua fama, e tudo o que fez no Egito...”.
Bem que a Palavra de Deus nos alerta: “O homem é provado pelos louvores que recebe” (Pv 27:21).
A estratégia dos gibeonitas é fartamente utilizada pelo inimigo do povo de Deus. A soberba precede a ruína; o próprio Satanás experimentou isto!
O testemunho que o apóstolo Paulo nos deu em II Coríntios 12:9, podemos dizer, é uma vacina contra a ação dos bajuladores e da nociva soberba. O apóstolo se disse vacinado pelo “espinho na carne” para não incorrer no erro de sentir-se forte sem Deus.


2) A falsa aparência engana


A Palavra de Deus relata que Josué fez um pacto de paz com os mensageiros gibeonitas, pensando que eram embaixadores de uma terra distante (v. 15). Somente três dias depois, conta a Bíblia, “ouviram que eram vizinhos e que moravam no meio deles” (v. 16). Josué e todos os israelitas foram enganados e não havia como voltar atrás! Igualmente, hoje, há crentes caindo em ciladas e atraindo para si prejuízos que muitas vezes são irremediáveis.
O verso 14 resume o erro de Josué: “então os homens de Israel tomaram da provisão deles, e não pediram conselho ao Senhor”.
Longe de nós agirmos com tanta presunção! Lembre-se do alerta que o Senhor Jesus nos deu em Lucas 16:8: “...os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos da luz”.


3) Prevenir é sempre melhor do que remediar!


O adágio popular contém sabedoria: prevenir é sempre melhor do que remediar. Há situações para as quais não há remédio. Há prejuízos que não podem jamais ser cobertos. O relato de Josué 9 acrescente no verso 27 que os judeus continuaram pelas gerações que se sucederam convivendo com as conseqüências daquela aliança.
Você se lembra da história do rei Uzias, de Judá? O resumo de seu reinado está no capítulo 26 de 2 Crônicas. No verso 5, encontramos que “enquanto buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar”. Este é o segredo para a prosperidade: buscar ao Senhor.
No verso 16, encontramos a informação de que Uzias não soube lidar com a prosperidade: “mas, quando ele se havia tornado poderoso, o seu coração se exaltou de modo que se corrompeu, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus.”.
O final da história de Uzias bem retrata o montante de prejuízos que a rebeldia contra Deus pode acarretar para a vida de um crente: “Assim, ficou leproso o rei Uzias até o dia da sua morte...”.
Louvado seja o nosso Deus que nos oferece alertas como este na Sua Palavra. Deixe que o Espírito Santo utilize esta mensagem para “vacinar” sua vida contra esta “síndrome”.


III – O PERIGO DO ENGANO


O que é ser enganado? É, por um raciocínio ou argumentação traiçoeiramente falsa, ser tragicamente: atraído-engodado (como rato a comer queijo envenenado, na ratoeira...), “enrolado”, desanimado-impedido, ou corrompido-cegado-desviado-atrasado.
2 Cor 11:3 Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade que há em Cristo.
Exemplos: Satanás envenenou + tentou + engodou a Eva. Tenta fazer o mesmo conosco; E, como leão velho, aterrorizar-nos. Gibeonitas, com pão borolento, enganaram Israel. Dalila, fingindo amor, seduziu e dobrou Sansão. Amom, fingindo doença, enganou irmã. Sambalate tentou enganar, intimidar e derrotar Neemias. Ananias e Safira tentaram enganar a Deus e Pedro.

Ser enganado caracteriza-se por:

1. Apressadamente saltarmos a conclusões, posicionamentos, decisões e ações, ao ouvirmos um relato, uma venenosa semente de dúvida, uma deslumbrante promessa/tentação, etc., que ainda é: (a) incompleto, parcial; ou (b) sem comprovação induvidável.


Conselho

- Nunca aceite, nunca se posicione, nunca salte para a menor conclusão - decisão - ação, antes de comprovar, além da menor sombra de dúvida, que:

Quem lhe transmitiu o relato-ensino é totalmente confiável; e
O relato-ensino é absolutamente verdadeiro Pv 25:2; e
O relato-ensino é absolutamente completo. Pv 18:13; 18:17; 20:25; Tg 1:19.
- Em assuntos religiosos, “sola Scriptura” é nosso fio de prumo! (At 17:11; 2 Co 11:14-15; Gl 1:8; Cl 2:4,8), não experiências, não tradições da denominação-igreja-família (Mt 15:3,9), não amigos (Js 24:15); não sentimentos do coração (Jr 17:9).
- Quanto mexericos: Gentil mas firmemente, recuse ouvir 1 seg. da menor fofoca da qual você nem é a vítima, nem parte decisiva na solução. E o pouquinho que ouviu antes de silenciar a fofoca, não o repita (Pv 17:9) [nem para sí próprio!], nem sequer pense nele: esqueça-o completamente! Evite o mexeriqueiro Sl 101:7.
Mesmo que você seja vítima ou parte decisiva da solução de um problema que lhe trouxeram, evite tirar a menor conclusão e tomar qualquer posição antes de: ouvir todas as testemunhas oculares e dignas de toda confiança; e ouvir todas as partes envolvidas, suas versões e motivações. Pv 18:17. E, com oração e preparo espiritual e na Palavra (Gl 6:1), trate diretamente com o ofensor Pv 25:9; Mt 5:23-25.

2. Imaginarmos que os motivos dos outros para conosco são negativos (ou positivos), e prosseguirmos escalando na especulação, chegando mesmo a conclusões e ações erradas.


Conselho: Resista tenazmente, rejeite radicalmente a tentação de imaginar ou especular. Reconheça-a como ataque direto de Satanás sobre você! (Jo 8:44; Ap 12:10; 20:3). Quando tentado a especular - volte suas mente e emoções para o Senhor (Fp 4:8). Resista e vença dizendo-se versículos bíblicos apropriados (Sl 119:11) e cantando hinos-salmos-cânticos também apropriados Ef 5:19; Cl 3:16. Ver seção 1.10.

3. Ouvirmos alegadas experiências e logo as aceitarmos e as projetarmos na nossa experiência, como se verdadeiras e nossas fossem.
Conselho Nunca esqueçamos que: Experiências podem ser mentirosas ou sinceras. Estas, sinceras, podem ainda ser falsas, pois podem ter causas fisiológicas, emocionais, psicológicas e demoníacas (Ex 7:10-12; Jr 29:8-9; Mt 24:24; 2 Ts 2:9-11). Assim, experiências, mesmo nossas (Jr 17:9), são duvidosas. O teste seja a Palavra!

4. Raciocinarmos sob o controle dos nossos sentimentos (Jr 17:9), e não da Palavra e da lógica espiritual, e dos bons conselhos.

Conselho Pv 3:5-6. Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.
6 Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.


5. Permitirmos e aceitarmos lisonja Pv 26:23; 28:23; 20:19.

é como disse o sábio salomão: Pv 26.28. Conselho: A língua falsa aborrece aquele a quem ela tem maravilhado, e a boca lisonjeira opera a ruína.


IV – CUIDADO! ELES SE VESTEM DE OVELHAS


Uma terceira pressuposição, por trás da advertência de Jesus contra os falsos mestres, é que eles são perigosos. Estes pseudo-profetas não são só indivíduos momentaneamente desencaminhados. Eles são corruptos até o âmago, falsos na própria essência de suas vidas espirituais (". . . por dentro são lobos roubadores"). Como o príncipe bestial que os domina (1 Pedro 5:8), seu propósito não é servir, mas devorar. Eles não nutrem seus seguidores, eles os consomem (Atos 20:29-30; 2 Pedro 2:3).
Mas o perigo real destes falsos profetas está em seu habilidoso engano. Eles chegam vestidos de ovelhas. Seu verdadeiro caráter e intenção estão sempre ocultos por uma aparência de piedade. Eles se fazem passar por discípulos. O ignorante e o desprevenido que tratam descuidadamente com superficialidades estão destinados a serem enganados por estes espertalhões que, longe de serem abertamente carnais e repulsivos, são, como Paulo os descreve, religiosamente atraentes (2 Coríntios 11:13), experientes na vida (Colossenses 2:8) e encantadores (Romanos 16:17-18). Eles são justamente o tipo de pessoa que levaria os observadores superficiais a perguntar como estes professores bons, sinceros e instruídos poderiam estar errados. Se quisermos andar em segurança no caminho estreito, não é suficiente sermos sinceros; temos que ser prudentes, também (Mateus 10:16).


"Pelos seus frutos os conhecereis . . ." (Mateus 7:16). A advertência do Senhor sobre os falsos profetas com certeza iria levar um arrepio de medo através dos corações dos discípulos. No mundo, o reino de Deus tinha muitos inimigos. Isto não era novidade. Mas havia uma ameaça que vinha de dentro, de seus próximos e íntimos camaradas! Como poderiam eles saber em quem confiar? Como distinguir o falso do verdadeiro? O medo dos pseudo-discípulos tem levado alguns cristãos à paranóia. Eles percebem falsos mestres atrás de cada moita e estão constantemente numa disposição de ânimo interrogativo e investigativo. Mas não há nada nas palavras de Jesus que deveria tornar seus discípulos num temperamento suspeito, até mesmo cético, com todos os seus irmãos. É ao nível do fruto que estes julgamentos têm que ser feitos e não antes que o broto surja fora da terra. Como diz Bonhoeffer: "Não há necessidade de ir espiar dentro dos corações dos outros. Tudo o que necessitamos fazer é esperar até que a árvore produza fruto, e não teremos que esperar muito tempo" (O Custo do Discipulado, página 146).


Por esta razão não precisamos hesitar em ser justos com os professores que atravessam nosso caminho, dando-lhes o benefício da dúvida até que as circunstâncias estejam claras. Isto não nos tornará confiantemente simples ou nos tornará em carne fresca para cada enganador. O fruto revela a árvore no tempo certo. E parece melhor ser momentaneamente enganado por um lobo ocasional do que estar constante e impetuosamente tentando arrancar a lã de cada uma das ovelhas do senhor. Ainda, julgamentos terão que ser feitos e advertências emitidas quando chega a colheita do fruto dos falsos mestres. Ainda que a proibição do Senhor de julgar os outros (Mateus 7:1) elimine um julgamento duro e injusto, ela certamente não proibe a examinação dos professores e dos assim chamados profetas. Os espíritos têm que ser provados para determinar "se procedem de Deus" (1 João 4:1). O conselho do Senhor aqui não é o mesmo que na Parábola do Joio (Mateus 13:36-43). Ele não tem nada a ver com fazer o julgamento divino final dos homens e portanto não precisa ser reservado para Deus e a vida futura. Jesus está simplesmente dando conselho prudente sobre como os falsos mestres podem ser reconhecidos e evitados. Os eventos do dia-a-dia os revelarão. Todos os disfarces cairão, finalmente. As pretensões não podem ser mantidas para sempre. As árvores darão fruto.


Mas qual será a natureza do engano destes profetas e qual é o fruto pelo qual eles têm que ser provados? Os falsos profetas da era do Velho Testamento eram homens dos quais todos falavam bem (Lucas 6:26). Sua pregação era sempre confortante, mesmo quando as circunstâncias exigiam advertência e repreensão (Jeremias 6:14). Eles profetizavam mentiras (Jeremias 27:9-10), mas eram sempre mentiras atraentes que serviam a seus próprios propósitos egoístas (Miquéias 3:11).
A advertência presente de Jesus revela que as coisas não devem ser diferentes na era do evangelho. Os falsos profetas haveriam de falar mentiras intencionais (1 Timóteo 4:2), de modo a atender aos fregueses que buscam enganos confortantes (2 Timóteo 4:3-4). Descuidados das reais necessidades do povo de Deus, estes professores lhes diriam o que eles queriam ouvir. Tais pregadores provavelmente farão pouca ou nenhuma menção à justiça de Deus, o horror ao pecado, a necessidade do verdadeiro arrependimento, ou ao inferno (Atos 24:25). Eles não declararão "todo o desígnio de Deus" (Atos 20:27). Não haverá "caminho apertado" em sua pregação.


Mas qual é o fruto destas "árvores corruptas"? O próprio fato de que eles são chamados "falsos profetas" mostra que o fruto de suas bocas é corrupto, falso. Seu ensinamento não passará no exame da palavra de Deus (Atos 17:11). Mas desde que a boca fala "do que está cheio o coração" (Mateus 12:34), o mal na nascente vai revelar-se tanto no caráter como no ensinamento. A melhor defesa contra estes enganadores é amar o Senhor supremamente e apreciar sua palavra. Aqueles que estão sinceramente procurando o caminho apertado e a porta estreita não serão arrastados por estes hipócritas egoístas.


V – O PERIGO DO ENGANO DE SI MESMO


Já falamos brevemente sobre o sério engano de si mesmo, necessário a levar os homens e mulheres religiosos indisporem-se com o Filho de Deus, até mesmo quando ele se senta em seu trono de julgamento. Mateus 7:21-23 não descreve pessoas que estão fazendo um jogo consciente. A presença de Deus em sua glória teria a tendência para tirar o apetite de um homem pela presunção. O que estes versículos revelam é a capacidade de um ser humano para ocultar de si mesmo seus próprios motivos e escolhas. A questão importante que eles levantam é: como entramos em tal estado de engano de nós mesmos e como podemos evitá-lo?


A revelação nestes versículos, de que o dia do julgamento será um dia de surpresas, não é pouco assustadora. Não saberão os homens, no âmago dos seus corações, que não têm sido fiéis ao Senhor? Como não puderam eles perceber sua desobediência? Eles não foram pessoas ignorantes, estranhas ao evangelho do reino. Como eles puderam não saber? A resposta: o engano de si mesmo. O engano de si mesmo é baseado na justificação de si mesmo, o uso do padrão errado pelo qual julgar-se (Lucas 16:15; 18:9-17), ou o simples fracasso na utilização do padrão verdadeiro (a palavra de Deus). A seriedade da ameaça que isso representa para os que buscam o reino de Deus é evidenciada pelo número de advertências contra ele. Paulo diz que os homens enganam-se a si mesmos quando pensam serem sábios ou imaginam serem alguma coisa, quando não são nada (1 Coríntios 3:18; Gálatas 6:3). Orgulho e vaidade podem levar uma pessoa a acreditar em mentiras sobre si mesma, que ela própria contou. Tiago, em seu modo muito direto, adverte que é uma pessoa enganada por si mesma quem pensa que terá mérito só por ouvir a palavra de Deus, que ela nunca pratica, e ilustra seu ponto com o homem que se considera muito devoto, enquanto não exerce nenhum domínio sobre sua língua (1:22,26).

Muita freqüência na igreja pode dar falsa segurança àqueles que preferem falar sobre religião verdadeira em vez de vivê-la. Pregar sólida doutrina não faz, necessariamente, uma pessoa piedosa. Finalmente, João admoesta que quando negamos que haja qualquer pecado em nossas vidas, estamos mentindo a nós mesmos (1 João 1:8). A dor psíquica de confessar o fracasso nos leva freqüentemente a procurar cobertura para nossos pecados no ativismo religioso, em vez do arrependimento e confissão. E por que os homens trabalham tão diligentemente para convencer não só aos outros, mas a si mesmo, desses mitos sobre seu relacionamento com Deus? Porque eles acham a verdade que Deus lhes disse totalmente sem atrativo e, determinados a rejeitá-la, não querem suportar a dor de viver com uma consciência constantemente dolorida e acusadora (2 Tessalonicenses 2:10-12; 1 Timóteo 4:1-2). Algo tem que ser encontrado para encher o vazio e justificar sua desobediência.


Uma visão distorcida da "justificação pela fé" tem sido um subterfúgio popular. Em síntese, esta abordagem afirma que Cristo não tem interesse em como se vive, mas somente em como se sente. Deste ponto de vista, uma cuidadosa preocupação com a obediência aos mandamentos de Deus é vista como uma negação da graça de Deus e uma rejeição do evangelho. Às vezes, é quase o eco do espírito libertino que Paulo condena em Romanos 6:1-2: "Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?" Quanto mais os proponentes desta idéia são reprovados por sua transgressão da vontade divina, mais eles declaram sua confiança na graça de Deus e no poder de sua fé. Mas isto não é fé em Deus, "mas fé na fé", um "fé-ismo" para servir a si mesmo. Certamente que somos justificados pela fé, mas uma fé que se manifesta pela obediência aos mandamentos de Deus (Lucas 6:46; João 14:15,21,23; 15:10,14; Gálatas 5:6; Tiago 2:14-26). Esta é, claramente, a mensagem do Sermão da Montanha.


Outro freqüente disfarce para a desobediência é "o fim justifica os meios." Que diferença faz o modo como foi feito, é o argumento, desde que o resultado positivo é conseguido. Esta pode ter sido a lógica de Davi, quando mudou a arca da Aliança para Jerusalém. O fim era bom, mas o meio foi rejeitado dramaticamente (1 Crônicas 13:1-14; 15:1-15). Foi certamente o pensamento de Saul, quando ele desobedeceu a Deus, na matança dos amalequitas. Poupar os melhores animais (uma transgressão) foi justificado como um meio de adorar a Deus (1 Samuel 15:15). Deus não se impressionou (15:22-23). Se há um ponto claramente afirmado no Sermão da Montanha, e há muitos, é que no reino do céus meios e fins são o mesmo. Meios divinamente escolhidos são adequados a fins divinamente escolhidos. Meios errados subvertem fins certos. A desobediência nunca pode produzir o coração submisso e confiante que nosso Senhor tanto deseja. Mas, como poderemos escapar desta tendência humana pelo engano de si mesmo? Aproximando-nos das Escrituras com nossos corações dados a Deus e não com um interesse acadêmico ou institucional. Temos que enfrentar o que o Filho de Deus realmente disse, não importa que isso seja custoso, ou penoso, ou fora de moda. E então, à clara luz do ensinamento de Deus, temos que nos engajar constantemente no mais sincero sondar dos nossos próprios corações (2 Coríntios 13:5). Sem exame próprio, o engano de si mesmo é inevitável. Temos que perguntar-nos não somente se o que estamos fazendo está de acordo com a vontade de Deus, mas se o estamos fazendo pelo amor de seu Filho. Muito do que é feito "em nome de Cristo" é executado para a glória dos homens. Como é imperativo a nós o espírito de Davi: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno" (Salmo 139:23-24).


CONCLUSÃO

A Bíblia nos adverte para não sermos enganados pelos “Gibeonitas da vida” que estão por aí vagando, procurando acomodação e estômago para empurrar os seus pães bolorentos e fazerem as suas vítimas! Mas o sangue de Jesus nos garante a vitória! Precisamos investir muito na área do ensino da palavra de Deus, pois os cristãos usam sempre a própria palavra de Deus como fez o diabo para tentar a Cristo (Mt 4: 1-11).
E esse tipo de atitude se aplica a muitas realidades: desde uma simples amizade que produz uma cúmplicidade perigosa e envolvente, ou uma sociedade mais íntima e por vezes ilegal, com determinado grupo social, até as relações amorosas, que podem prometer um futuro bonito, mas que lá na frente vão produzir pães bolorentos e vestes rotas debaixo de um mesmo teto, sob o pretexto de um coração sensível ao amor, que à rigor tornou-se frio para com o apelo da Palavra de Deus. Com certeza, para os que assim procedem, a possibilidade do vinho faltar ou as vestes envelhecerem mais rápido são muito maiores!

Pense nisso seriamente, meu irmão e consulte ao Senhor em todas as suas iniciativas e planejamentos, para não se arrepender quando for tarde demais, e ter que comer o pão bolorento para o resto de sua vida!

Bibliografia

Bíblia de Estudo Plenitude (ARC)
Dicionário “Aurélio”
Apontamentos Teológicos

Estudos Bíblicos
estudosdabiblia.net
©2009 Karl Hennecke, USA
http://aguaviva.biz/ao/index.php?option=com_content&task=view&id=75&Itemid=26
http://bompensar.blogspot.com/2008_06_15_archive.html
http://www.pregaapalavra.com.br/mensagens/prejuizos.htm

Comentarista:


Pastor Josaphat Batista - Vice - Presidente da Assembléia de Deus em Camaçari - Bahia
Bacharel em Telogia convalidado pelo MEC - Professor de teologia pela ESTEADEC (www.teologiaesteadec.com.br), pós-graduando Docência do Ensino Superior / Relator do conselho de ética do COMEC (conselho de Ministro em Camaçari- Ba / Conferencista – Seminarista – Escritor – Coord. Geral da EBD em Camaçari-Ba Assembleia de Deus – E - mail:
prjosaphat@hotmail.com

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