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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Lição 06 - A Maldição do Pecado - comentários Pr. Josaphat Batista


A Maldição do Pecado / Josaphat Batista / Publicado em 06 de Fevereiro de 2009 as 20:43:47 PM / Complementos: Pr. Josaphat Batista / Visite o blog do autor: www.prjosaphat.blogspot.com / Criação e Produção: Marcos A. A Lima



Lição 06 - Comentarios Pr. Josaphat Batista

A MALDIÇÃO DO PECADO


INTRODUÇÃO (Clique Aqui e Visualize o Mapa Relevo da Palestina)


Ninguém pode ler a Bíblia sem notar a grande atenção que ela dá ao assunto do pecado, sua causa e cura. Sempre que pensamos em pecado o relacionamos ao crime e assassinato. Mas pecado, segundo a Bíblia é estar aquém da perfeição divina. Em Romanos 3:23 podemos ler:
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” A “glória de Deus” inclui o pensamento de absoluta perfeição. O pecado é portanto ficar aquém da marca e todos os homens carregam essa culpa.
Sabemos que o pecado brotou de uma das criaturas feitas por Deus das mais importantes do seu reino. Deus não criou robôs nem bonecos para o adorarem, Ele criou criaturas livres. Ele mostrou seu reino a essas criaturas, e elas foram colocadas diante de uma escolha. Todas as criaturas de Deus tem que optar, sejam anjos sejam homens, os dois tipos de criaturas que a Bíblia nos apresenta.

Deus é perfeito e não pode fazer nada em trevas ou em caos como a situação descrita em Gn 1: 2.
Is 45:18 diz que Deus não fez a terra para ser um caos, mas para ser habitada; portanto, entre Gn 1:1 e Gn 1: 2, aconteceu algo que provocou aquela descrição.

Deus não quis criar escravos, nem robôs, nem bonecos, porque Ele é perfeito. Assim Deus criou os anjos livres e eles viviam com Deus, tinham pleno conhecimento de Deus, porque eles andavam lá nas regiões celestes, diante do trono de Deus, tinham conhecimento pleno, e a Bíblia diz que há milhões, milhares e milhares de anjos.


I – A ORIGEM DO PECADO NA ESFERA HUMANA


Ao contrário de Deus, que é eterno, o mal e o pecado tiveram um início; isto é, houve um tempo em que eles não existiam. Por ser Deus amor e santidade, e tudo o que Ele criou ser bom, o pecado não se originou Nele. Ezequiel deixa claro que o pecado começou misteriosamente em uma criatura que foi criada boa:
“Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você” (Ez 28:15, NVI). “Inculpável” (Heb. tamim, “completo”) descreve a integridade dessa criatura quando saiu das mãos do Criador.
Note, também, que o pecado começou em um querubim, um ser exaltado. Os querubins estavam mais próximos de Deus que quaisquer outros dos seres angelicais. Dois deles foram colocados como guardiões junto à entrada do Éden (Gn 3:24). Um par, feito de ouro, foi colocado sobre a arca da aliança (Êx 25:18-20). A posição dos querubins na arca ilustra a posição elevada desses seres, que permaneciam à luz da presença de Deus na Sua habitação. Portanto, o pecado se originou em um ser celestial que estava muito próximo ao trono de Deus. A expressão
“no monte santo” de Deus” se refere ao templo celestial, em que Deus habita entre Suas criaturas, o centro do governo celestial.
A corrupção desse querubim, Lúcifer, estava arraigada em um egoísmo que abusara dos dons da beleza e da sabedoria que Deus lhe dera. Misteriosamente, ele permitiu que suas emoções e sentimentos prevalecessem sobre a razão e, conseqüentemente, sua integridade foi corrompida
. “Corrompeste a tua sabedoria” (Ez 28:17); Deus colocou a culpa justamente sobre o próprio Lúcifer. Em vez de apegar-se à ordem divina, de acordo com a qual seus dons deviam ser usados para enriquecer os outros, Lúcifer percebeu sua superioridade sobre todos os outros em beleza, esplendor e sabedoria. “Pouco a pouco Satanás veio a condescender com o desejo de exaltação própria” e a ordem de Deus foi desfeita.


1- Ataque contra Deus


Como Isaías descreveu as verdadeiras intenções do querubim rebelde? O que estava em seu coração? Qual era seu motivo real? Is 14:13, 14 Conforme os sentimentos e emoções estranhos e egoístas do querubim conquistavam predomínio sobre seus poderes e razão mais elevada, ele ficava mais corajoso. Ele perverteu a liberdade que Deus lhe confiara e abusou dela, a ponto de deseja usurpar autoridade do próprio Deus.
Em Ezequiel 28:15, existe um contraste entre a condição do querubim como uma boa criatura saída das mãos do Criador e no que ele se tornou. A princípio, ele era
“inculpável” (NVI), íntegro, a quem nada faltava, mas algo novo se havia formado em seu íntimo: O verso diz que nele foi encontrada “iniqüidade”, ou “maldade” (NVI). Essa palavra no Antigo Testamento pode ser usada para representar duplicidade, ambição profana, mentira e apostasia.
Ezequiel também disse:
“Seu coração tornou-se orgulhoso” [Heb. gabah, ‘ser elevado’, ‘ser exaltado’ (Ez 28:17, NVI). Ser orgulhoso inclui imaginar-se maior do que realmente se é, ou considerar-se superior aos outros. Também pode levar a um comportamento que ignora a vontade de Deus (Sl 10:4; Jr 13:15) e que se opõe ao próprio Deus (Ez 28:2). Pode-se facilmente concluir que o querubim caído estava sendo desleal a Deus, atacando-O, dizendo mentiras e agindo de maneira enganosa.


2- Nos dias atuais


O mesmo espírito que produziu a rebelião no Céu, ainda inspira a rebelião na Terra. Satanás tem continuado, com os homens, o mesmo estratagema que adotou em relação aos anjos. Seu espírito ora reina nos filhos da desobediência. Semelhantes a ele, procuram romper com as restrições da lei de Deus, prometendo liberdade aos homens por meio da transgressão dos preceitos da mesma. A reprovação do pecado suscita ainda o espírito de ódio e resistência. Quando a consciência é advertida pelas mensagens divinas, Satanás leva os homens a justificar-se e a procurar a simpatia de outros em seu caminho de pecado. Em vez de corrigirem seus erros, indignam-se contra aquele que reprova, como se fora ele a causa única da dificuldade. Desde os dias do justo Abel até ao nosso tempo, este é o espírito que tem sido manifestado para com os que ousam condenar o pecado.
Pela mesma representação falsa do caráter divino, por ele dada no Céu, fazendo com que Deus fosse considerado severo e tirano, Satanás induziu o homem a pecar. E, logrando ser bem-sucedido nisto, declarou que as injustas restrições de Deus haviam motivado a queda do homem, assim como determinaram a sua própria rebelião.
Mas o próprio Eterno proclama o Seu caráter:
"Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade, que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente." Êxo. 34:6 e 7.


II - TERORIAS ACERCA DO PECADO NA DIMENSÃO HUMANA


Não há necessidade de discutir a questão da realidade do pecado; a história e o próprio conhecimento íntimo do homem oferecem abundante testemunho do fato. Muitas teorias porém apareceram para negar, desculpar ou diminuir a natureza do pecado.


Cristianismo


A questão do pecado original aparece recortada no cristianismo em Santo Agostinho, que sugere que vem da fraqueza da alma (liberdade) e não do corpo, que já é impuro, imperfeito. Tal fato ocorre porque Adão e Eva sucumbiram ao pecado, ao orgulho, ao amor próprio e não ao amor a Deus. Deste modo, o pecado original tem para Agostinho um caráter hereditário, toda a humanidade recebeu o pecado através deles. E eis que surge então a questão do Pelagianismo. Pelágio (360-435) vê no pecado original uma espécie de exemplo a não ser seguido, o que faria com que a salvação dependesse exclusivamente do ser humano. Agostinho discorda e vê nesse entendimento pelagianista uma presunção humana, uma vez que supor que a salvação humana dependesse apenas de seus próprio atos negaria o caráter salvador de Jesus Cristo. O corpo apresentaria os sintomas de um problema que está na alma, e tal fato decorre da liberdade humana e não de uma falha do criador.


Judaísmo e Islamismo


Para os judeus e no Islam, que compartilham essa história, não há pecado original que toda a humanidade herde de geração em geração. A Igreja Católica Romana, no século XIX, introduziu em seus dogmas uma única exceção, a Maria, mãe de Jesus, que teria sido concebida sem esse pecado: é o dogma da Imaculada Conceição, que é diverso e não deve ser confundido com os relativos a sua virgindade, a saber, de sua maternidade virginal e de permanente virgindade posterior.


Psicanálise


Na perspectiva psicanalista foi sugerido que o pecado mencionado no Gênesis teria sido o ato sexual, explicação anterioremente já mencionada por Lutero. Esta explicação não encontra, contudo, raízes nas tradições judaicas pré-cristãs, em que a união carnal entre o homem e a mulher foi estabelecida por Deus. Mas se o pecado original fosse o ato sexual, Deus mesmo teria levado o homem ao pecado, quando ordenou, crescei, multiplicai e enchei a terra.
Uma das explicações
"antropológicas" (não se entrando em desacordo com o texto) é entender a narrativa no contexto de que o livro sagrado pretende a apresentar uma explicação ou uma construção explicativa das origens do universo, do nosso mundo, da humanidade, da civilização em geral e da hebraica em particular, e por fim, do bem e do mal. Até ter o conhecimento do bem e do mal o homem vivia num "estado de natureza", em oposição a um "estado de cultura", explicação essa totalmente compatível com o evolucionismo darwinista e a evolução das espécies. O conhecimento do bem e do mal seria o divisor de águas, seria a maneira de reconhecer-se humano, com valores, crenças e objetivos, ou seja, a transição do animal para o hominal(?), como definiu o antropólogo Teilhard de Chardin, que era padre católico. Aí o homem se envergonhou da nudez, tomou consciencia da morte e da mortalidade, de que todo seu corpo veio da terra, à qual deverá tornar, e passou a trabalhar e acumular, "suando sob o sol". O texto ainda lança uma espécie de enigma de transcendência: a árvore da vida eterna com seu fruto, impedida ao homem (ao menos por momento), pelas espadas flamejantes de querubins. Não se trata, evidentemente, de frutas nem árvores, mas de um texto espiritual cujo significado vem desafiando a humanidade ao longo dos milênios.


Igreja Católica


A doutrina católica distingue entre o pecado venial, que justifica somente uma punição temporária no Purgatório, e pecado mortal, que justifica uma punicão eterna no Inferno, se não confessado e não demonstrar genuíno arrependimento. Segundo a Igreja Católica, o pecado original só é purgado no indivíduo pelo baptismo.


O Ateísmo


Ao negar a Deus nega também o pecado porque, estritamente falando, todo pecado é contra Deus; e se não há Deus, não há pecado


O Determinismo


É a teoria que afirma ser o livre arbítrio uma ilusão e não uma realidade. Nós imaginamos que somos livres para fazer nossa escolha, porém realmente nossas opções são ditadas por impulsos internos e circunstâncias que escaparam ao nosso domínio. Mas as Escrituras afirmavam invariavelmente que o homem é livre para escolher entre o bem e o mal – uma liberdade implícita em todos os mandamento e exortações. Longe de ser vítima da fatalidade e casualidade, declara-se que o homem é o árbitro do seu próprio destino.


O Hedonismo


Da palavra grega que significa
"prazer", é a teoria que sustenta que o melhor ou mais proveitoso que existe na vida é a conquista do prazer e fuga à dor; de modo que a primeira pergunta que se faz não é: "Isto é correto?", mas: "Trará prazer?". É nessa teoria que se baseia o ensino moderno da "auto-expressão". Em linguagem técnica o homem deve "libertar suas inibições"; em linguagem simples "ceder à tentação porque reprimi-la é prejudicial à saúde". Naturalmente isso muitas vezes representa um intento para justificar a imoralidade.


Ciência Cristã


Esta seita nega a realidade do pecado. Declara que o pecado não é algo positivo, mas simplesmente a ausência do bem. Nega que o pecado tenha existência real e afirma que é apenas um
“erro moral da mente”.


A Evolução


Considera o pecado como herança do animalismo. Desse modo em lugar de exortar a deixar
"homem velho" ou o "antigo Adão", os proponentes dessa teoria deviam admoestá-las a que deixassem o "velho macaco" ou o "velho tigre". Como já vimos, a teoria da evolução é antibíblica.


Protestantismo


Essa teoria acerca da origem do pecado em relação a humanidade é a mais correta por não haver contradição nas Escrituras Sagradas e por apresentar a maneira ideal para o indivíduo se liberta desse maldito mal que se alastrou sobre a humanidade de uma vez que os nossos pais pecaram.
O segmento protestante, ou evangélico, não crê em purgatório, nem classifica os pecados como venial, mortal ou capital. Seguindo os preceitos bíblicos, não existe pecado pequeno ou grande, pois
"todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus"(Romanos 3.23). O pecado nada mais é do que a transgressão aos mandamentos de Deus, segundo I João 3:4 Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. Pecado é um ato, pois "cada um é tentado, quando atraído e engodado pelo seu próprio desejo. Depois, havendo concebido o desejo, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte." (Tiago 1:14 e 15). Para que tenhamos salvação e desfrutemos da vida eterna, devemos tão somente crer ("Pela graça sois salvos, por meio da fé..." Efésios 2.8) que Jesus é nosso único e suficiente salvador, e confessar nossos pecados para sermos perdoados ("Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" I João 1.9). Lembre-se também que é necessário arrependimento, e não somente remorso, que nos leva a cometer novamente os mesmos erros por não termos mais lembrança da "culpa" que nos abateu.

III - A ORIGEM DO PECADO NA ESFERA HUMANA


O terceiro capítulo de Gênesis oferece os pontos chaves que caracterizam a história espiritual do homem, as quais são: a tentação, a culpa, o juízo e a redenção.


A Natureza Do Pecado


Que é pecado? A Bíblia usa uma variedade de termos para expressar o mal de ordem moral, os quais nos explicam algo de sua natureza. Um estudo desses termos, nos originais hebraico e grego, proporcionará a definição bíblica do pecado.


Errar o alvo


A palavra mais comumente usada para o pecado significa "errar o alvo". Reúne as seguintes idéias:"(l) Errar o alvo, como um arqueiro que atira mas erra, do mesmo modo, o pecador erra o alvo final da vida. (2) Errar o caminho, com um viajante que sai do caminho certo. (3) Ser achado em falta ao ser pesado na balança de Deus.


Tortuosidade


Outra palavra significa literalmente
"tortuosidade", e é muitas vezes traduzida por "perversidade". O Novo Testamento descreve o pecado como:

a) Errar o alvo, que expressa a mesma idéia que a conhecida palavra do Antigo Testamento.
b) Dívida. (Mt. 6:12). O homem deve (a palavra "deve" vem de dívida) a Deus a guarda dos seus mandamentos; todo pecado cometido é contração de uma dívida. Incapaz de pagá-la, a única esperança do homem é ser perdoado, ou obter remissão da divida.
c) Desordem. "O pecado é iniquidade" (Literalmente "desordem", 1 João 3;4).
d) Desobediência. Literalmente, "ouvir mal"; ouvir com falta de atenção. (Hb. 2:2) "Vide pois como ouvis" (Lc. 8:18).
e) Transgressão. Literalmente, "Ir além do limite" (Rm. 4:15). Os mandamentos de Deus são cercas, por assim dizer, que impedem ao homem entrar em território perigoso e dessa maneira sofrer prejuízo para sua alma.
f) Queda, ou Falta, ou cair para um lado (Ef. 1:7) no grego donde a conhecida expressão, cair no pecado. Pecar é cair de um padrão de conduta.
g) Derrota é o significado literal da palavra "queda" em Rom. 11:12. Ao rejeitar a Cristo, a Nação judaica sofreu uma der¬rota e perdeu o propósito de Deus.
h) Impiedade, de uma palavra que significa "sem adoração, ou reverência". (Rm. 1.12; 2 Tm. 2:16). O homem ímpio é o que dá pouca ou nenhuma importância a Deus e às coisas sagradas. Estas não produzem nele nenhum sentimento de temor e reverência. Ele está sem Deus porque não quer saber de Deus.
i) O Erro (Hb. 9:17). Descreve aqueles pecados cometidos como fruto da ignorância, e dessa maneira se diferenciam daqueles pecados cometidos presunçosamente, apesar da luz esclarecedora. O homem que desafiadoramente decida fazer o mal, incorre em maior grau de culpa do que aquele que é apanhado em falta, a que foi levado por sua debilidade.

A Tentação: Sua possibilidade, origem e sutileza


a) A possibilidade da tentação. O segundo e o terceiro capítulos de Gênesis relatam o fato da queda do homem, informando acerca do primeiro lar do homem, sua inteligência, seu serviço no jardim do Éden, as duas árvores, e o primeiro matrimônio, menciona especialmente as duas árvores do destino – a árvore da ciência do bem e do mal, e a árvore da vida. Essas duas árvores constituem um sermão em forma de quadro dizendo constantemente à nossos primeiros pais: "Se seguirdes o bem e rejeitardes o mal tereis a vida". E não é esta realmente a essência do Caminho da Vida encontrada através das Escrituras? (Vide Dt. 30.15). Notemos a árvore proibida. Por quê foi colocada ali? Para prover um teste pelo qual o homem pudesse, amorosa e livremente, escolher servir a Deus e dessa maneira desenvolver seu caráter. Sem vontade livre o homem teria sido meramente uma máquina.

b) A origem da tentação. "Ora, a serpente era mais astuta que todos os animais do campo que o Senhor Deus tinha feito". É razoável deduzir que a serpente, que naquele tempo deveria ter sido uma criatura formosa, foi o agente empregado por Satanás, o qual já tinha se lançado fora do céu antes da criação do homem. (Ez. 23.13-17; Is. 14.12-15). Por esta razão, Satanás é descrito como "essa antiga serpente, chamada diabo" (Ap. 12.9). Geralmente Satanás trabalha por meio de agentes. Quando Pedro, embora sem má intenção, procurou dissuadir seu Mestre da senda do dever, Jesus olhou além de Pedro e disse "para trás de mim Satanás" (Mt. 16.22-23). Neste caso, Satanás trabalhou por meio de um dos amigos de Jesus; no Éden, Satanás utilizou a serpente, uma criatura da qual Eva não desconfiava.

c) A sutileza da tentação. A sutileza é mencionada como característica distinta da serpente. (Vide Mt. 10.16). Com grande astúcia ela oferece sugestões, as quais, ao serem abraçadas, abrem caminho a desejos e atos pecaminosos. Ela começa falando com uma mulher, o vaso mais frágil, que além dessa circunstância, não tinha ouvido diretamente a proibição divina. (Gn. 2.16-17). E ela espera até que Eva esteja só. Note-se a astúcia na aproximação. Ela torce as palavras de Deus (Vide Gn. 3.1; 2.16-17) e então finge surpresa por estarem assim torcidas; dessa maneira ela astutamente semeia dúvida e suspeitas no coração da ingênua mulher, e ao mesmo tempo insinua que está bem qualificada para ser juiz quanto à justiça de tal proibição.


A Culpa


Notemos as evidências de uma consciência culpada: 1.
"Então foram abertos os olhos de ambos e conheceram que estavam nus" (Gn. 21.19; 2Rs. 6.17). As palavras da serpente (v. 5) cumpriram-se; porém o conhecimento adquirido foi diferente do que eles esperavam. Em vez de fazê-los semelhantes a Deus, experimentaram um miserável sentimento de culpa que os fez ter medo de Deus. Notemos que a nudez física é um quadro de uma consciência nua ou culpada. Os distúrbios emocionais refletem-se muitas vezes em nossas feições. Alguns comentadores sustentam que antes da queda, Adão e Eva estavam vestidos com auréola ou traje de luz, que era um sinal da comunhão com Deus e do domínio do espírito sobre o corpo. Quando pecaram, essa comunhão foi interrompida; o corpo venceu o espírito e ali começou esse conflito entre a carne e o espírito (Rm. 7.14-24), que tem sido a causa de tanta miséria.


O juízo


a) Sobre a serpente. "Porque fizeste isto, maldita serás mais que toda a besta, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida". Essas palavras implicam que a serpente outrora foi uma criatura formosa e honrada. Depois, porque veio a ser um instrumento para a queda do homem, tornou-se maldita e degradada na escala da criação animal. Uma vez que a serpente foi simplesmente o instrumento de Satanás, por quê deveria ser ela punida? Porque é vontade de Deus fazer da maldição da serpente um tipo de profecia da maldição sobre o diabo e sobre todos os poderes do mal.

b) Sobre a Mulher. "E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e tua concepção; com dor terás filhos; e o teu desejo será para teu marido, e ele te dominará (Gn. 3:16). Assim disse certo escritor: A presença do pecado tem sido a causa de muito sofrimento, precisamente do modo indicado acima. Não há dúvida que dar à luz filhos constituiu um momento critico e penoso na vida da mulher. O sentimento de faltas passadas pesa de uma maneira particular sobre ela, e também a crueldade e loucura do homem contribuíram para fazer o processo mais doloroso e perigoso para a mulher do que para os animais.

c) Sobre o homem. (versos 17-19) O trabalho para o homem já tinha sido designado (2:15). O castigo consiste no afã, nas decepções e aflições que muitas vezes acompanham o trabalho. A agricultura é especificada em particular, porque sempre tem sido um dos empregos humanos mais necessários. De alguma maneira misteriosa, a terra e a criação em geral têm participação da maldição e da queda do seu senhor (o homem) porém estão destinadas a participar da sua redenção.


A redenção


Os três primeiros capítulos de Gênesis contém as três revelações de Deus, que por toda a Bíblia figuram em todas as relações de Deus com o homem. O Criador, que trouxe tudo à existência (cap. 1), o Deus do Pacto que entra em relações pessoais com o homem (cap. 2); o Redentor, que faz provisão para a restauração do homem (cap. 3). a) Prometida. (Vide Gn. 3:15) (1) A serpente procurou fazer aliança com Eva contra Deus, mas Deus porá fim a essa aliança.
"E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente (descendentes) e a sua semente". Em outras palavras, haverá uma luta constante entre o homem e o poder maligno que causou a sua queda. (2) Qual será o resultado desse conflito? Primeiro, vitória para a humanidade, por meio do Representante do homem, a Se-mente da mulher. "Ela (a semente da mulher) te ferirá a cabeça”. Cristo, a Semente da mulher, veio ao mundo para esmagar o poder do diabo. (Mt, 1:23;25; Is. 1:31-36,76; Is. 7:14; Gl. 4:4; Rm. 16:20; Cl. 2:15; Hb. 2:14,15; 1 João 3:8;5:5; Ap.12:7,8,17; 20:1-3,30). (3) Porém, a vitória não será sem sofrimento. "E tu (a serpente) lhe ferirás o calcanhar. No Calvário a Serpente feriu o calcanhar da Semente da mulher; mas este ferimento trouxe a cura para a humanidade. (Vide Is. 53:3,4, 12; Dn. 9:26; Mt. 4:1-10: Lc. 22:39-44;53; João. 12:31-33; 14:30,31: Hb. 2:18; 5:7; Ap. 2:10). b) Prefigura. (verso 21.) Deus matou um animal, uma criatura inocente, para poder vestir aqueles que se sentiam nus ante a sua vista por causa do pecado. Do mesmo modo, o Pai deu seu Filho, o Inocente, à morte, a fim de prover uma cobertura expiatória para as almas dos homens.

IV - COOPERAÇÃO DO PASTOR ESDRAS BENTHO PARA O PORTAL DA EBD EM CAMAÇARI

Veja:
Josué 7.1,5-7, 11,12.
1 – E prevaricaram os filhos de Israel no anátema;porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel.


a) “Prevaricaram”. O número gramatical do verbo “prevaricar”, expressa o conceito e senso comunitário das tribos de Israel. Toda congregação tornou-se culpada pelo pecado de um só homem, Acã.
Em nossa obra, A Família no Antigo Testamento: história e sociologia, explicamos que o modelo social pelo qual as tribos de Israel viviam é a solidariedade mecânica, conforme proposta pelo teórico social Durkheim. Neste tipo de solidariedade, os indivíduos possuem sua identidade e unidade tribal, mediante a família, a religião, a tradição e costumes vividos pela totalidade das tribos. Todos, igualmente, vivem os mesmos valores, seguindo a tradição ancestral da qual a coletividade procede. Uma
“família-tronco” perpetua-se em torno do chefe de família pela instituição de um “herdeiro associado”.
Por conseguinte, o fato de um pecado pessoal transtornar toda uma comunidade deve-se, em grande parte, à estrutura deste tipo de sociedade. As famílias, separadas por clãs patronímicos, mas unidas pela identidade coletiva, normalmente, não agiam sozinhas, mas em grupo. A identidade de um indivíduo confundia-se com o grupo a que pertencia. O povo de Israel, portanto, valorizava a integração e a interdependência, entre as tribos e as pessoas, como valores imprescindíveis à unidade do povo. De acordo com esses princípios, quando um israelita pecava, todo o povo assumia a responsabilidade pela transgressão cometida.
Por esta razão, todo o Israel foi castigado em conseqüência do pecado de Acã (vv. 11,12). Israel, a totalidade do povo, era um corpo composto por vários membros (cada uma das tribos). O texto de Números 1.2, apresente adequadamente esse conceito:
“Levantai o censo de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais, contando todos os homens, nominalmente, cabeça por cabeça” (ARA).
Esse mesmo princípio afeta também a igreja. Atente, por exemplo, aos textos paulinos em 1 Co 5; 12; 14. Ou ainda Rm 5.12-21, onde encontramos as conseqüências da transgressão de Adão e os efeitos da obediência de Cristo disseminados a toda humanidade.


b) “Anátema”. O termo já foi esclarecido na lição. Trata-se do termo hebraicoch?rem, [2] literalmente, “maldição”. Esse vocábulo procede de ch?ram, cujo significado básico é “consagrado”, ou “coisa consagrada”.
Um caso significativo para entendermos o conceito de ch?rem, está em Números 21.2,3 quando os israelitas prometem
“destruir totalmente” as cidades da região sul de Canaã [3]. Isto quer dizer que essas cidades seriam “consagradas ao Senhor para destruição”, constituindo-se, portanto, em cidades anátemas ou consagradas para a ruína.
Um dos objetivos primários para que o exército de Israel assim procedesse, encontra-se em Deuteronômio 13.12-17. Especificamente, o versículo 16 afirma:
“E ajuntarás todo o seu despojo no meio da sua praça e a cidade e todo o seu despojo queimarás totalmente para o Senhor, teu Deus, e será montão perpétuo, nunca mais se edificará”. Desejava-se com isto, evitar que o povo se corrompesse, espiritual e moralmente, com as riquezas sacrificadas aos demônios- ídolos (Dt 32.16,17; Lv 17.7; 2 Cr 11.15). Jericó estava, portanto, debaixo dessa lei. O versículo 17 confirma: “Também nada se pegará à tua mão do anátema, para que o Senhor se aparte do ardor de sua ira, e te faça misericórdia, e tenha piedade de ti, e te multiplique, como jurou a teus pais”.
Ora, a apódase [4] é condicional. Caso alguém dentre o povo desobedecesse a esta lei irrevogável e inexorável, o oposto à promessa seria juízo sobre o povo: inclemência e crueldade no lugar da misericórdia; impiedade ou “desumanidade” no lugar de piedade; divisão e extermínio da raça em vez de multiplicação da descendência. Foi justamente o antônimo desses léxicos beatíficos (misericórdia, piedade e multiplicação) que se deu inicio em Ai. Os versículos 11 e 12 da Leitura Bíblica confirmam essa assertiva:
“Israel pecou, e até transgrediram o meu concerto que lhes tinha ordenado, e até tomaram do anátema, e também, furtaram, e também mentiram, e até debaixo da sua bagagem o puseram. Pelo que os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos; viraram as costas diante dos seus inimigos, porquanto estão amaldiçoados; não serei mais convosco, se não desarraigardes o anátema do meio de vós.” Este castigo é a resposta da “ira de Deus” contra o pecado. Naquele fatídico dia, “os homens de Ai feriram deles alguns trinta e seis, e seguiram-nos desde a porta até Sebarim, e feriram-nos na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água” (v.5).
Somente a expiação da culpa, isto é, a eliminação do pecador, interromperia o processo iniciado em Ai. A transgressão de Acã, segue-se imediatamente à identificação da linhagem do “perturbador” de Israel. Interessante é o fato de os ascendentes de Acã possuírem nomes nobres: Carmi, “vinha” e, Zerá, “brilho do sol”, enquanto o nome do personagem principal, Acã, quer dizer “perturbação”, “perturbador”.

c) “A ira do Senhor”. Esta é uma expressão antropopática [5], isto é, ao Senhor são atribuído afetos ou sentimentos humanos. Uma outra forma de os hagiógrafos descreverem a ira de Deus é através do antropomorfismo nariz ou narinas (Êx 15.8; Sl 18.8-16). Na mentalidade semítica, o furor, a ira e a cólera se expressam por respiração mais veemente, ou exalação nasal mais intensa. Daí os autores usarem a figura do “nariz fumegante do Senhor”, para expressar a ira divina. A ira do Senhor designa tanto a justiça de Deus que pune os homens maus, como o seu descontentamento com aquilo que é malévolo ou injusto. A ira do Senhor é contra o pecado, a fim de extirpá-lo da congregação santa.


Lições Práticas


Observe o efeito deletério do pecado e a autoconfiança desprovida da bênção de Deus. A cidade de Ai estava em menor número:
“Não suba todo o povo; subam uns dois mil ou três mil homens, a ferir Ai; não fatigueis ali todo povo, porque são poucos os inimigos” (7.3). Consideravam-se vitoriosos pela pequenez do exército de Ai, entretanto, foram derrotados e humilhados. Neste episódio Josué ouve os espias e fracassa (7.2,3). Depois ouve a Deus e triunfa (7.7-15). Por que não fez o inverso? Por que não consultou a Deus? Deste fato podemos extrair algumas preciosas lições para nossas vidas e também para nossos alunos, quais sejam:

(1) Uma poderosa vitória ontem, não garante uma pequena vitória amanhã;
(2) Apesar de os fatos estarem a nosso favor, é melhor consultar e confiar em Deus. Orar, mesmo por aquilo que parece óbvio, é uma demonstração de submissão irrestrita ao Senhor.
(3) É sempre melhor ouvir a Deus em vez dos homens, até mesmo quando os fatos e as coisas estão evidentes.
(4) Depender de Deus significa dar prioridade a Deus em tudo.

Para saber mais
MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2001.
PFEIFFER, C. F (et al). Dicionário bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006.
PRICE, R. Arqueologia bíblica. RJ: CPAD, 2006.


CONCLUSÃO


Deus manifestara Sua repulsa aos princípios da rebelião. O Céu todo viu a Sua justiça revelada, tanto na condenação de Satanás como na redenção do homem. Lúcifer declarara que se a lei de Deus fosse imutável, e seu castigo não pudesse ser abrandado, todos os transgressores deveriam ser para sempre privados do favor do Criador. Alegara que a raça pecadora se colocara para além da redenção e, portanto, era sua legítima presa. A morte de Cristo, porém, era um argumento em prol do homem, argumento que se não poderia refutar. A pena da lei recaiu sobre Aquele que era igual a Deus, ficando livre o homem para aceitar a justiça de Cristo, e, por uma vida de arrependimento e humilhação, triunfar, como o Filho de Deus, sobre o poder de Satanás. Assim, Deus é justo, e justificador de todos os que crêem em Jesus.
Mas não foi meramente para efetuar a redenção do homem que Cristo veio à Terra e aqui sofreu e morreu. Veio para
"engrandecer a lei" e "torná-la gloriosa". Não somente para que os habitantes deste mundo pudessem considerar a lei como esta deveria ser considerada, mas para demonstrar a todos os mundos do Universo que a lei de Deus é imutável. Pudessem seus requisitos ser postos de lado, e o Filho de Deus não necessitaria então haver dado Sua vida para expiar a transgressão da mesma. A morte de Cristo prova ser ela imutável. E o sacrifício a que o amor infinito induziu o Pai e o Filho, a fim de que os pecadores pudessem ser salvos, demonstra ao Universo todo (e nada menos que este plano de expiação teria bastado para fazer) que a justiça e a misericórdia são o fundamento da lei e do governo de Deus.
Na execução final do juízo ver-se-á que nenhuma causa existe para o pecado. Quando o Juiz de toda a Terra perguntar a Satanás: "Por que te rebelaste contra Mim, e Me roubaste os súditos de Meu reino?", o originador do mal não poderá apresentar resposta alguma. Toda boca se fechará e todas as hostes rebeldes estarão mudas.
A cruz do Calvário, ao mesmo tempo em que declara ser imutável a lei, proclama ao Universo que o salário do pecado é a morte. No brado agonizante do Salvador -
"Está consumado" - soou a sentença de morte de Satanás. Decidiu-se então o grande conflito que durante tanto tempo estivera em andamento e confirmou-se a extirpação do mal. O Filho de Deus transpôs os umbrais do túmulo, a fim de que "pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo". Heb. 2:14. O desejo de exaltação própria por parte de Lúcifer, levara-o a dizer: "Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, ... serei semelhante ao Altíssimo." Declara Deus: "E te tornei em cinza sobre a terra, ... e nunca mais serás para sempre." Isa. 14:13 e 14; Ezeq. 28:18 e 19. Quando vier aquele dia "ardendo como forno, ... todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como palha; e o dia que está para vir, os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo." Mal. 4:1.
O Universo todo terá sido testemunha da natureza e resultados do pecado. E seu completo extermínio, que no princípio teria acarretado o temor dos anjos, desonrando a Deus, reivindicará agora o Seu amor e estabelecerá a Sua honra perante a totalidade dos seres que se deleitam em fazer a Sua vontade, e em cujo coração está a lei divina. Jamais o mal se manifestará de novo. Diz a Palavra de Deus:
"Não se levantará por duas vezes a angústia." Naum 1:9. A lei de Deus, que Satanás acusara de jugo de servidão, será honrada como a lei da liberdade. Uma criação experimentada e provada nunca mais se desviará da fidelidade para com Aquele cujo caráter foi perante eles amplamente manifesto como expressão de amor insondável e infinita sabedoria.


Bibliografia


Bíblia de Estudo Plenitude (ARC)
Dicionário “Aurélio”
Fontes Teológicas
Apontamentos do autor
http://pt.wikibooks.org/wiki/Bibliologia/Hamartiologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pecado


Comentarista:
Pastor Josaphat Batista - Vice - Presidente da Assembléia de Deus em Camaçari - Bahia
Bacharel em Telogia convalidado pelo MEC - Professor de teologia pela ESTEADEC
(www.teologiaesteadec.com.br), pós-graduando Docência do Ensino Superior / Relator do conselho de ética do COMEC (conselho de Ministro em Camaçari- Ba / Conferencista – Seminarista – Escritor – Coord. Geral da EBD em Camaçari-Ba Assembleia de Deus – EMAIL prjosaphat@hotmail.com

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